João quinze pode ser entendido como o capítulo do amor permanente.
Fala do amor do Pai pelo Filho, do Filho para o Pai, do Espírito Santo para o Filho, de Jesus para nós, e de nós para uns aos outros.
Como vemos em João 14.15, João reforça a ideia da integração entre o Amor e a Lei. E exatamente nesta ordem. Assim como: o amor precede o serviço, o conhecimento precede a confiança, o namoro precede o casamento, e a partida precede a chegada. A lei nunca deveria vim antes do Amor. Mais seria um ato de desamor, se valer do Amor para invalidar a Lei.
Jesus não só observou a Lei, como deu novo significado aos mandamentos de duas maneiras:
1.Ampliando a observância de atos, para intenções.
2.Destituindo-a de um fim em si mesma, e redirecionou seu uso como um meio. Para um fim extraordinariamente maior, "O Amor".
Para invalidar qualquer continuo mal uso do amor e da lei, Jesus insiste para que nEle permaneçamos. (v. 4-7,9,10).
É também no presente capítulo que encerramos a exposição de João, com ilustrações a fim de esclarece a identidade Jesus, nas palavras do próprio Cristo:
1º) Eu Sou: O pão da vida (6.35,51)
2º) Eu Sou: A luz do mundo (8.12; 9.5)
3º) Eu Sou: A por tas ovelhas (10.7,9)
4º) Eu Sou: O bom pastor (10.11,14)
5º) Eu Sou: A ressurreição e a vida (11.25-26)
6º) Eu Sou: O caminho, A verdade, e a vida (14. 6-7)
7º) Eu Sou: A videira verdadeira (15.1,5)
A um texto neste capítulo que encanta todo administrador, produtor, fabricante: "Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto". (v.8) É evidente que Deus se alegra com os resultados, mas é certo que tais resultados não podem glorificá-lo se o processo lhe desonrou.
Então o Apóstolo do Amor nos apresenta uma mudança em nosso status de: rebeldes, filhos das trevas, inimigos de Deus, de servos para amigos. (v.15)
Desfrutamos com Ele agora uma amizade em que não fomos nos que nos dirigimos a Ele, mas Ele se dirigiu até nós, Ele nos escolheu, quando não eramos a melhor escolha. (v. 16)
Mais nem tudo é maravilhas no capítulo 15. Sobre perseguição e ódio é como termina a narrativa. E se você ficou lisonjeado pela possibilidade de ser ou se tornar um dos amigos de Jesus, você deve estar ciente que essa amizade acarretará outras inimizades. Contudo se você perder algum amigo porque ele não aceita sua amizade com Jesus, lembre-se que só foi possível porque tal pessoa priorizou a relação dela com o diabo.
Eu sei, o parágrafo anterior foi pesado, mais quando tratamos do Grande Conflito, não estamos tratando de algo leve, e eu só fiz nesses termos porque se você ficou desconsolado eu tenho o Espírito Santo, que Jesus pediu ao Pai que estivesse entre nós. Entre outros assuntos para poder te consolar. (v.26)
Reynan Matos
Teólogo
Comentários Adicionais
Rosana Garcia Barros
"Na agricultura, ramos que não dão fruto são ramos que só prejudicam a produtividade da planta, mas devem ser removidos com cuidado para que, ao retirá-los, os ramos bons não sejam atingidos. Observem que, na vida espiritual, o “Pai é o agricultor” (v.1). Cumpre a Ele julgar o destino de cada ramo. Portanto, quando Ele corta algum ramo, Ele o faz sem o risco de atingir os demais. Quanto ao ramo que dá fruto, Ele o limpa, “para que produza mais fruto ainda” (v.2)".
"A obra de limpeza também requer cuidados que podem ser dolorosos e invasivos, mas que são necessários a fim de que haja constante crescimento. Tiago bem descreveu este processo: “Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes” (Tg 1:2-4)".
"A prova que nos aguarda ou que já está diante de nós não tem a ver com coisas ou pessoas, mas com fidelidade aos preceitos divinos. Assim como Sadraque, Mesaque e Abede-Nego tiveram de passar pela fornalha de fogo ardente pela firme obediência aos dois primeiros mandamentos do Decálogo (Êx 20:3-6), eis que o inimigo já está acendendo as fogueiras da última perseguição".
"O que definirá se os ramos são bons ou são ruins será exatamente a atitude daqueles que, à semelhança dos jovens hebreus na corte babilônia, não temerem as consequências porque confiam nAquele que prometeu: “quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti” (Is 43:2). O teste do amor a Deus sempre foi a obediência. Foi assim no Éden, no dilúvio, no monte Moriá, na trajetória de Israel. Toda a Escritura revela que o amor gera obediência e o discurso de Jesus não foi diferente: “Se guardardes os Meus mandamentos, permanecereis no Meu amor” (v.10). “Vós sois Meus amigos, se fazeis o que Eu vos mando” (v.14). “Isto vos mando: que vos ameis uns aos outros” (v.17)".
Pr. Adolfo Suárez
Em joão 14 Cristo nos diz como Ele manterá comunhão conosco. No capítulo 15 Ele diz como nós poderemos manter comunhão com Ele.
Lori Engel
Capelã, EUA"Jesus sabia que a humanidade preferiria produzir frutos através de seus próprios esforços. Permanecer conectado à Videira é difícil porque envolve uma intimidade e dependência que muitos nunca experimentaram em relacionamentos humanos. Consequentemente, eles se tornam limitados em sua capacidade de se conectar, tanto a Cristo quanto a outros. O estilo de vida auto-suficiente é adotado porque faz com que as pessoas se sintam mais seguras. Assim muitos pensam que bons frutos são produzidos por uma vida de moralidade e trabalho árduo. O trabalhar para Cristo substitui a conexão com Cristo. A intimidade é trocada por estar sempre ocupado fazendo obras para o Mestre".
"No entanto, Cristo diz que permanecer conectado é o que leva à alegria, à produtividade e à capacidade de amar. A intimidade relacional produz alegria e, neurologicamente, isto produz em nossos cérebros a mais plena satisfação. Sem conexão com a Fonte do Amor, ficamos sem alegria, sem poder e sem amor".