Gostaríamos de
iniciar esta seção com os 10 princípios de Nemoto, para lhe fazer uma
alusão aos 10 mandamentos do "Todo Poderoso" conforme descrito
em Êxodo 20, e deixar claro que esse início não marca o fim no que se diz
respeito ao que podemos falar e escrever sob os princípios de
liderança, mais sim marcar o inicio, pois o nosso desejo é publicar os
princípio de liderança segundo você?
Os Dez Princípios de Liderança de Nemoto (também conhecidos como "Os Provérbios de Nemoto") são o resultado de uma compilação dos princípios de gestão criados por Masao Nemoto, diretor-geral da Toyota. Masao Nemoto foi um dos grandes responsáveis pelos esforços desenvolvidos no sentido de desenvolver o controlo total da qualidade e a introdução de métodos de produção Just-in-Time na Toyota. Neste processo observou que os gestores apresentavam muitas vezes estilos de liderança que entravam em conflito com os objetivos de controlo de qualidade e dificultavam o funcionamento dos circuitos de qualidade. Com o objetivo de inverter esta situação, Nemoto escreveu os seus princípios de gestão, distribuindo-os aos seus colaboradores sempre que estes assumiam uma nova posição.
Tal como fazia Nemoto, estes princípios devem ser usados para que
os lideres saibam o que se espera deles quanto da implementação de programas de
melhoria da qualidade. Ao contrário da maioria dos programas de qualidade que,
desde a definição dos controlos de qualidade até ao controle estatístico,
incidem sobre os colaboradores de escalões hierárquicos mais baixos, o método
de Nemoto incide sobre os colaboradores de escalões hierárquicos
superiores. e por esta razão nos iniciaremos com ele pois estamos certos de que
as grandes mudanças ocorrem de cima para baixo.
Princípios de
Liderança de Nemoto:
1. Melhoria
Sucessiva: os gestores devem procurar continuamente formas de melhorar o
trabalho dos seus subordinados; para isso devem criar um ambiente propício à
melhoria.
2. Coordenação
entre Departamentos: os gestores de divisões, departamentos e filiais devem
partilhar responsabilidades; segundo Nemoto, uma das funções mais importantes
de um gestor de divisão é a de melhorar a coordenação entre a sua divisão e as
outras - se o gestor não for capaz de realizar esta tarefa, então deverá
trabalhar noutra empresa.
3. Todos
Falam: esta é a regra que guia os supervisores do controlo de qualidade
assegurando a participação e aprendizagem por parte de todos os membros da
organização; escutando a opinião de todos, a gestão de topo pode criar planos
realistas e que têm o apoio de todos os que os devem programar, um elemento
essencial nos programas de qualidade.
4. Não
Repreender: este é um conceito estranho para a maioria dos gestores; segundo
este princípio, a política que rege os superiores hierárquicos deverá ser a de
evitar o criticismo e os castigos ameaçadores quando são cometidos erros; esta
é a única forma de assegurar que os erros são imediata e completamente
relatados de forma a que as causas básicas (em termos de procedimentos e de
processos) possam ser identificadas e corrigidas, pois a atribuição de culpa a
quem confessa erros desencoraja o relato das falhas e torna difícil a
identificação e análise das causas subjacentes.
5. Certificação
de que todos entendem o trabalho: é importante dar destaque à capacidade de
ensino e técnicas de exposição de matérias; os gestores devem desenvolver as
suas capacidades de exposição e transmissão do trabalho aos seus subordinados
para que a colaboração seja total e eficaz.
6. Rodar os
Melhores Funcionários: A organização deve ter uma política de rotação que
permita aos colaboradores adquirir formação; existe uma tendência para as
organizações não rodarem os seus melhores colaboradores, mas, em longo prazo,
existem enormes benefícios com essa rotação.
7. Uma
ordem sem prazo não é uma ordem: esta regra é utilizada para assegurar que os
gestores dão sempre um prazo ou calendarização aos trabalhos; os funcionários
deverão ser instruídos para ignorar pedidos não acompanhados de prazos; a
lógica é de que, sem um prazo estabelecido, as tarefas ficam muito mais
afastadas do seu cumprimento.
8. A
simulação é uma ocasião ideal para o treino: os gestores e supervisores
entregam numerosos relatórios e apresentações; por exemplo, num programa de
controlo de qualidade existem vários relatórios de avaliação - segundo Nemoto,
os gestores devem centrar-se na simulação de relatórios e apresentações - o
tempo gasto nessas simulações deve ser usado para aprender técnicas de
apresentação e para explorar problemas ou para esclarecimento da mensagem.
9. A
inspeção é um fracasso se a gestão de topo não agir: a ideia subjacente a este
princípio é a de que a gestão deve apresentar soluções específicas sempre que
um problema é detectado ou relatado; o não agir ou delegar esta tarefa (do tipo:
façam o vosso melhor para resolver o problema) é ineficaz.
10. Perguntar
aos subordinados "o que posso fazer por ti?": esta é uma forma de
criar oportunidades para se for ouvido no topo; se os colaboradores acharem que
os gestores de topo se prontificam a resolver os problemas, ficarão mais
otimistas relativamente à resolução de problemas e levarão os objetivos de
gestão mais a sério.