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sábado, 17 de setembro de 2016

Repensando o culto cristão: Um equivoco, o duplo encontro, e sua primazia entre oito elementos.

"[...] Quando vocês se reúnem, cada um de vocês tem um salmo, ou uma palavra de instrução, uma revelação, uma palavra em língua ou uma interpretação. Tudo seja feito para edificação da igreja". I Coríntios 14.26

Segundo o Teólogo Muniz, é um equivoco realizarmos orações invocando a presença de Deus. Tal prática é compatível com o paganismo. No cristianismo se espera agradecer a presença da divindade, já que este se faz sempre presente em decorrência de sua Onipresença.

Um outro mal-entendido é considerado por Barrientos, ao ponderar sobre o que se espera de um verdadeiro culto cristão ao afirmar que: “É certo que no culto o povo se reúne com seu Deus. Mas esta reunião tem, também, outra: base a manifestação do amor dos irmãos entre si. Se não há amor e pureza de relacionamento humano não há adoração verdadeira. Ou seja, Deus espera que lhe rendamos culto, mas que isso parta de um espírito de amor entre uns e outros (Mt. 5.23-24; 1 Co. 11.17-22; 1 Jo. 4.20; Sl. 122.1,8)”

Elementos Básicos do Culto Cristão

1.“O culto tem como centro a presença e a própria ação de Deus – É a Ele que se vai buscar sobre todas as coisas. É Ele quem deve ser destacado. Por isso o culto não pode ter como centro um pregador, nem um conjunto, nem um pastor. Deus deve ser exaltado na reunião de seu povo. 
     O Senhor quer também falar e agir. Ele quer guias se povo. Quer mostrar-lhe seu amor. Quer fazer suas obras de cura, libertação regeneração e salvação. Portanto, o culto deve ser um verdadeiro encontro entre Deus e seu povo e não uma simples cerimônia religiosa”.

2.“A Adoração – tem que ver com o reconhecimento do que o Senhor é em si mesmo, sua pessoa maravilhosa, cheia de amor, de sabedoria e de poder (Is. 6.1-3; Sl. 103; 108.1-5;  104). Tem que ver, também, com o reconhecimento dos feitos de Deus, seja na natureza, na história, na igreja ou na vida de cada pessoa”. 

3.“A comunhão plena – Assim nos referimos à Mesa do Senhor ou Santa Ceia, pois nela ocorre a reunião de amor entre os componentes do corpo de Cristo em sua expressão máxima e, ao mesmo tempo, a reunião entre o povo e seu Deus.
      Convém recordar que, na Igreja primitiva a Santa Ceia era uma festa de amor e que se celebrava nos lares. Não se comia apenas um pedacinho quase microscópico de pão, mas jantava-se (1 Co. 11.17-22; At. 2.46). Era revestida de companheirismo e alegria. Isto explica que, possivelmente, não exista uma forma específica de celebrar a Santa Ceia, mas que havia grande variedade”. P. 196

4.“Os testemunhos – Dar oportunidade aos assistentes do culto de contar o que Deus tem feito em suas vidas, não somente é parte da adoração mas é edificação e mensagem. O testemunho exalta a Deus. Também leva os demais à reflexão e à fé.
     Todo culto deve incluir este aspecto. Deve-se ensinar os irmãos a testificar experiências novas, pois alguns passam toda a vida contando alguma coisa que aconteceu há anos”. 

5.Desenvolvimento de relacionamento – É importante aja momentos de interação de modo que o culto não se torne impessoal. “Mesmo em igrejas grandes é possível fazer muitas variações, e é mais necessário ainda, porque quanto maior for o número de assistentes, mais restritos tende a ser o relacionamento” (P 197). E se falarmos em igrejas de grandes centros, o relacionamento se torna ainda mais significativo, já que se encontram praticamente uma vez por semana.

6.Reflexão na Palavra – Como abordado no primeiro tópico, devemos reorientar a igreja quando ao que de fato é prioritário no culto, que é Adorar a Deus. Ouvir a Palavra é apenas mais um dos vários meios sobre os quais Deus pode se comunicar com seu povo. Super valorizar a pregação é estimular aos membros à frequentarem o culto em virtude do pregador ao invés de dar Glória a Deus. “O ouvir a Palavra de Deus deve ser um dos vários aspectos igualmente importantes do culto”

7.Ministração do amor e do poder de Deus – Mediante os momentos de oração pelas mais variadas situações.


8.Informação de atividades – “Esta parte é um tanto cansativa mas cumpre uma função muito importante. No entanto, é bom lembrar que os anúncios normais devem ser feitos de forma breve. Mas os especiais devem ser enfatizados, ditos com cuidado, e deve-se certificar através de perguntas à igreja se tais anúncios ficaram suficiente claros na mente das pessoas”. 

Reynan Matos
Fonte:

BARRIENTOS, Alberto; CAMPOS,Kedma Rix. Trabalho pastoral: princípios e alternativas. 2. ed. São Paulo - SP: United Press, 1999. p. 193-197