"[...] Quando vocês se reúnem, cada um de vocês tem um salmo, ou uma palavra de instrução, uma revelação, uma palavra em língua ou uma interpretação. Tudo seja feito para edificação da igreja". I Coríntios 14.26
Segundo o Teólogo Muniz, é um equivoco realizarmos orações invocando a presença de Deus. Tal prática é compatível com o paganismo. No cristianismo se espera agradecer a presença da divindade, já que este se faz sempre presente em decorrência de sua Onipresença.
Um outro mal-entendido é considerado por Barrientos, ao ponderar sobre o que se espera de um verdadeiro culto cristão ao afirmar que: “É certo que no culto o povo se
reúne com seu Deus. Mas esta reunião tem, também, outra: base a manifestação do
amor dos irmãos entre si. Se não há amor e pureza de relacionamento humano não
há adoração verdadeira. Ou seja, Deus espera que lhe rendamos culto, mas que
isso parta de um espírito de amor entre uns e outros (Mt. 5.23-24; 1 Co.
11.17-22; 1 Jo. 4.20; Sl. 122.1,8)”
Elementos Básicos do Culto Cristão
1.“O culto tem como centro a presença e a própria ação de Deus
– É a Ele que se vai buscar sobre todas as coisas. É Ele quem deve ser
destacado. Por isso o culto não pode ter como centro um pregador, nem um
conjunto, nem um pastor. Deus deve ser exaltado na reunião de seu povo.
O Senhor quer também falar e agir. Ele quer guias se povo.
Quer mostrar-lhe seu amor. Quer fazer suas obras de cura, libertação
regeneração e salvação. Portanto, o culto deve ser um verdadeiro encontro entre
Deus e seu povo e não uma simples cerimônia religiosa”.
2.“A Adoração – tem que ver com o reconhecimento do que o
Senhor é em si mesmo, sua pessoa maravilhosa, cheia de amor, de sabedoria e de
poder (Is. 6.1-3; Sl. 103; 108.1-5;
104). Tem que ver, também, com o reconhecimento dos feitos de Deus, seja
na natureza, na história, na igreja ou na vida de cada pessoa”.
3.“A comunhão plena – Assim nos referimos à Mesa do Senhor ou
Santa Ceia, pois nela ocorre a reunião de amor entre os componentes do corpo de
Cristo em sua expressão máxima e, ao mesmo tempo, a reunião entre o povo e seu
Deus.
Convém recordar que, na Igreja primitiva a Santa Ceia era
uma festa de amor e que se celebrava nos lares. Não se comia apenas um
pedacinho quase microscópico de pão, mas jantava-se (1 Co. 11.17-22; At. 2.46).
Era revestida de companheirismo e alegria. Isto explica que, possivelmente, não
exista uma forma específica de celebrar a Santa Ceia, mas que havia grande
variedade”. P. 196
4.“Os testemunhos – Dar oportunidade aos assistentes do culto
de contar o que Deus tem feito em suas vidas, não somente é parte da adoração mas
é edificação e mensagem. O testemunho exalta a Deus. Também leva os demais à
reflexão e à fé.
Todo culto deve incluir este aspecto. Deve-se ensinar os
irmãos a testificar experiências novas, pois alguns passam toda a vida contando
alguma coisa que aconteceu há anos”.
5.Desenvolvimento de relacionamento – É importante aja
momentos de interação de modo que o culto não se torne impessoal. “Mesmo em
igrejas grandes é possível fazer muitas variações, e é mais necessário ainda,
porque quanto maior for o número de assistentes, mais restritos tende a ser o
relacionamento” (P 197). E se falarmos em igrejas de grandes centros, o
relacionamento se torna ainda mais significativo, já que se encontram
praticamente uma vez por semana.
6.Reflexão na Palavra –
Como abordado no primeiro tópico, devemos reorientar a igreja quando ao que de
fato é prioritário no culto, que é Adorar a Deus. Ouvir a Palavra é apenas mais
um dos vários meios sobre os quais Deus pode se comunicar com seu povo. Super
valorizar a pregação é estimular aos membros à frequentarem o culto em virtude
do pregador ao invés de dar Glória a Deus. “O ouvir a Palavra de Deus deve ser
um dos vários aspectos igualmente importantes do culto”
7.Ministração do amor e do poder de Deus – Mediante os momentos
de oração pelas mais variadas situações.
8.Informação de atividades – “Esta parte é um tanto cansativa
mas cumpre uma função muito importante. No entanto, é bom lembrar que os
anúncios normais devem ser feitos de forma breve. Mas os especiais devem ser enfatizados,
ditos com cuidado, e deve-se certificar através de perguntas à igreja se tais
anúncios ficaram suficiente claros na mente das pessoas”.
Reynan Matos
Fonte:
BARRIENTOS, Alberto; CAMPOS,Kedma Rix. Trabalho pastoral: princípios e alternativas. 2. ed. São Paulo -
SP: United Press, 1999. p. 193-197