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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Atos | Capítulo 3

Assim como o capítulo 2 de Atos, o capítulo 3 é marcado por uma manifestação sobrenatural e uma pregação de Pedro.

Era a hora da oração da tarde, "a hora nona" como está na Bíblia equivale a nossa 15h. O livro de Atos em alguns aspectos deve se mostrar um verdadeiro refrigério para Cristo Jesus. 

Primeiro pela unidade desfrutada pelos cristãos do 1º século. Segundo pelos apóstolos terem entendido a importância da oração. (v.1)

Certa vez eu comentava com alguém que as igrejas são verdadeiros centros assistências, é surpreendente o número de pessoas que se aproximam da igreja a fim de receber alguma ajuda dela. E ajuda pelas razões mais variadas possível. E naqueles dias não era muito diferente. (v.3)

Então encontramos uma das declarações mais incomum na Bíblia, um servo de Deus, pedindo para que olhem para eles. Porque essa é uma declaração incomum? Por que todos homens e mulheres que se levantam em nome de Deus, o fazem com o intuito de levar as Pessoas a olharem para Jesus. E porque Pedro faz esse pedido? Para que o homem observasse que eles eram homens comuns, que não tinham em si, nada do que o homem precisava. (v.4-6) 

Essa mesma consciência deveria permear a mente de todos os líderes cristãos, a de que não passamos de simples instrumentos nas mãos de um Deus que, Ele sim pode todas as coisas. Mais o que temos visto em muitos lugares são líderes que basam em si mesmos, o poder do Espírito Santo é um mero detalhe que pode ou não ser agregado ao exercício de seu ministério. Bem, graças a Deus, Pedro já tinha superado em grande medida esse sentimento de autossuficiência e por isso, após levar o necessitado a olhar a eles e não ver neles solução, ele aponta para aquele que tem a solução, Cristo Jesus. (v.4-6)

Algo que muito surpreende nesse capítulo é o contraste entre a atitude do coxo que é curado, com as pessoas que recebem as mesmas bênção ao buscarem a igreja. Digo isso porque assim que ele foi curado ele segue Louvando a Deus, inclusive no Templo. E o que vemos com uma recorrência espantosa, são pessoas sendo abençoadas, e no mesmo instante após a bênção irem embora, e não glorificam a Deus em nada, apesar de não terem parado de buscarem a Ele nos momentos de necessidade. (v. 8)

Após esse acontecimento Pedro é levado a fazer sua segunda pregação, onde ele começa reforçando o fato de não atribuirmos aos homens, o que é de intervenção divina (v. 12). Quando isso não é feito, e colocamos os homens no lugar de Deus, automaticamente negamos o Senhor. E isso pode ser feito de várias formas como por exemplo, valoriza a opinião de tais pessoas a despeito do que já temos revelado na Palavra de Deus. (v.14)

Na Bíblia Shedd encontramos uma avaliação dos contrastes entre Deus e os homens, sobre a pessoa de Jesus presente nos versos 13-15:(adaptado por Reynan Matos)

1. Deus o glorificou: os homens traíram-no e negaram-no
2. Declarado por Deus Santo e justo; os homens consideram um blasfemo. 
3. Os homens o levaram a morte; Deus participou de sua ressurreição.

Pedro encerra sua exposição apresentando a Fé em Jesus como elemento fundante para o recebimento de milagres, e não em denominações, dogmas, e muito menos em líderes religiosos. É um grande equivoco alicerçar apenas o tema da justificação pela fé na pessoa de cristo. Tudo o que diz respeito a vida do cristão, deve estar arraigado em Cristo Jesus. (v. 16)

Isto posto, Pedro entra no apelo da sua pregação do mesmo modo como apela na mensagem anterior (Atos 2.38). E como deve ser o apelo e toda mensagem evangelística, convidar as pessoas para um novo proceder ao lado do Senhor, (v.19) e nesse novo proceder desfrutar da companhia e do refrigério oriundos de Cristo (v.20).

O terceiro capítulo de Atos termina com um tema da mais alta importância da narrativa bíblica: A aliança entre Deus e homem, nesta passagem representado por Abraão. (v.25)

Nos deixando uma grande lição, que quando Deus abençoa, Ele o faz afim de que o abençoando seja um multiplicador de tais bênçãos na vida de outras pessoas. (v.25)

Depois de tudo isso nos resta duas opções, sermos replicadores dessas bênçãos ou nos mantermos agarrados as nossas perversidades, qual será a sua decisão?

Reynan Matos 
Teólogo

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