Pages

terça-feira, 24 de abril de 2018

João | Capítulo 21

Chegamos ao fim do Evangelho escrito por João. E o que é mais incomodo-o neste último capítulo é a dificuldade quase que permanente dos discípulos em reconhecerem Jesus. (v.4)

Pedro, mesmo depois de tudo ainda continuar sendo o impulsivo do grupo. O que nos revela que em alguns casos o processo de transformação pode ser demorado. (v.7,8)

E mais uma vez a Bíblia apresenta a importância de se obter algum resultado em tudo que nos propomos a fazer, e que não nos contentemos com resultados ínfimos (v.11). A final os peixes eram Grandes.

Do mesmo modo como o Evangelho inicia, enfatizando os diálogos personalizados ocorridos com Jesus, o Evangelho termina com as famosas tríplice pergunta de Jesus a Pedro: "Tú me amas?" (v.15-17). Ao ler essas passagens muitos a associam com o fato de Pedro ter negado a Jesus, já que por três vezes ele o negou, e por três vezes ele então tem a oportunidade de se redimir desse incidente. Embora essa compreensão não seja de todo errada, ela não é a razão das perguntas.

O fundamento das perguntas repousa sobre o verso 3, quando Pedro toma a decisão de voltar a pescar, e com isso influência os discípulos a fazerem o mesmo. Jesus não está tratando primordialmente do fato de Pedro ter o negado, e sim de sua disposição de cumprir com a missão que Ele o confiou. "De agora em diante serás pescadores de homem" (Lucas 5.10). Por isso que ao termino de cada resposta ao invés de Jesus dizer: "Não me negue mais", Ele reafirma o chamado que já os havia conferido, "E eu te darei as chaves do reino dos céus [...]" (Mateus 16.19), "Então apascenta as minhas ovelhas". 

Ou seja, a única maneira pela qual, um ser humano pode trabalhar em beneficio da salvação e manutenção da decisão desse que foi salvo. É por amor a Jesus, o cuidado que desprendemos a outro é algo que deve ser feito não pelo semelhante em si, mas porque ao fazê-lo, estamos fazendo como se fosse ao próprio Cristo, como está em Mateus 25.35-45. Se Pedro havia aceitado o chamado de ser um discípulo do Mestre, ele não deveria ter voltado a pescar, ele deveria estar fazendo outros discípulos.

Agora, um último episodio engraçado envolvendo a Pedro e mais uma grande lição que ele deixa para nós, é a curiosidade dele para com o que iria acontecer com João (v.20,21). É como se muitos hoje nos mais diversos ambientes fossem um reflexão de Pedro, que quando são chamados atenção, procuram desviar o assunto para terceiros. Ou nem deram conta do que eles tinham para realizar e estão preocupados com o que terá que ser realizado pelos outros. A esses Jesus diz, faz o que eu te pedi, e deixa os outros comigo. (v.22)   

E você, será um formador de discípulos ou vai ficar esperando ver o que outros vão fazer para você começar a agir?

Reynan Matos
Teólogo

Comentários Adicionais

Lori Engel
Capelã, EUA

"Ordens de amor. “Se você me ama, cuide das minhas ovelhas”. Cristo pediu amor demonstrado em ação. Depois de uma vida inteira cuidando das ovelhas de Cristo, a lealdade de Pedro levou-o à cruz, onde ele deu a vida por amor".

"A prova do amor é o sacrifício".  

Pr.Heber Toth Armí

"A pergunta não foi sobre o passado, mas sobre o presente; não sobre palavras ou obras, mas sobre a atitude do coração de Pedro. O amor a Cristo pressupõe prioridade, pois são pecadores perdoados os que mais amam” (John Stott).

Jesus quer restaurar-nos também:

De nossa vanglória: Às vezes somos arrogantes. Pensamos que amamos a Jesus mais que as demais pessoas. Vangloriamo-nos de nosso cristianismo trôpego pensando que jamais negaremos a fé. Pedro, que alegava permanecer com Jesus ainda que todos O abandonassem, O negou três vezes; agora, por três vezes, Jesus perguntou-lhe sobre seu amor a fim de curar-lhe a vanglória. Jesus quer fazer o mesmo conosco.

Do descrédito: Nossas palavras podem ser jogadas ao chão por nossas próprias ações contrárias ao que prometemos (João 18:15-27). O líder que peca tão gravemente como Pedro, que perde a credibilidade diante das pessoas, Jesus o perdoa e o restaura ao serviço. Jesus confiou a Pedro a missão de apascentar e pastorear Seu rebanho. Em vez de demiti-lo do cargo, Jesus o restaurou do descrédito. Há esperança para nós!

Da covardia: A ousadia humana (João 13:37) pode tornar-se covardia diante da pressão da sociedade (João 18:15-27). Contudo, Jesus quer curar-nos. Curado, Pedro foi martirizado, crucificado de cabeça-para-baixo falando de Cristo.

Da distração. Às vezes, como Pedro, somos distraídos diante da missão dada por Cristo. Podemos distrair por causa das dificuldades (Mateus 14:30), voltando à rotina antiga (João 21:3) ou focando em outra pessoa (João 21:20-23). Hoje Jesus quer dizer-nos, “quanto a ti, segue-Me”, deixe a distração!

Rosana Barros

"Dentre todos os discípulos, Pedro possuía a mais forte personalidade e poder de persuasão. Era um líder nato e seus companheiros se sentiam mais seguros sob sua liderança".

"Assim como Pedro não chamou seus amigos para pescar, os deixou no barco sem se importar se precisariam de sua ajuda e arrastou a rede sozinho desprezando o auxílio de seus companheiros, ele permaneceria ocupado com sua liderança egoísta não fosse a paciência de Cristo em advertir o Seu trabalhoso filho. O que Jesus disse a Pedro naquela praia foi que ele estava completamente equivocado. Que a maior demonstração de amor que ele poderia Lhe oferecer não eram “prestações de serviço”, mas um coração pleno de amor. Em outras palavras, quando Jesus nos chama: “Segue-Me” (v.19), a aceitação ao Seu chamado deve resultar em amor por nossos semelhantes".

"Enquanto Pedro procurava de todas as formas mostrar que amava a Jesus, João era mais introvertido e sua mansidão era vista por Pedro como uma falha devoção. Mas nem sempre fora assim. Aquele que Jesus denominara filho do trovão tornou-se em discípulo amado. Pedro esqueceu que aquele a quem desdenhara ao perguntar: “E quanto a este?” (v.21), foi o único com coragem suficiente para acompanhar o martírio de Jesus até o fim. Jesus possui ovelhas e ovelhas. Cada uma possui personalidade própria e são amadas pelo Pastor da mesma forma. Os doze discípulos representam a diversidade entre o povo de Deus e como Ele deseja usar pessoas diferentes e uni-las num mesmo propósito: pregar o evangelho".

"Jesus nos diz, hoje: “Que te importa” a vida de teu irmão? “Quanto a ti, segue-Me” (v.22). Ô, amados, Jesus fez tanto, mas tanto por nós que não merecemos nada! Como, pois, ousamos julgar quem é digno ou não de seguir a Jesus? Olhar para o Céu e dizer “eu Te amo” é fácil. Difícil é olhar para o lado e fazer o mesmo com quem não merece".

Pr. Adolfo Suárez

"A ênfase está na ordem, "alimente os meus cordeiros". O nosso amor a Deus é demonstrado cuidando das pessoas, assim como Cristo cuidou das pessoas quando esteve entre nós".

Estudar a Palavra de Deus todos os dias é um exercício intelectual e é um exercício espiritual, por isso se você quiser:

1.Fortalecer a sua mente o seu intelecto, leia a Bíblia.
2.Fortalecer o seu espírito, leia a Bíblia.
3.Fortalecer a sua confiança em Deus, leia a Bíblia.

Comesse o seu dia lendo o Livro Sagrado.

Pr. Ronaldo de Oliveira

Pedro apresenta um desenvolvimento, apesar de ter o exercido para ação equivocada. Mas ele não espera pelos outros (v.3)

E assim como não tiveram paciência para esperar Jesus naquela dia, muitos hoje também tem dificuldades para esperar seu advento e se distraem com outras coisas. E saem frustrados de suas distrações. (v.5,6)

Manual Bíblico de Halley (p. 563,564)


"Você me ama? (v.15,16,17). Jesus emprega o verbo agapao: 'Você me ama realmente?' Pedro emprega o verbo phileo: 'Gosto muito de você'. Agapao expressa o tipo mais sublime de devoção, o amor que Deus tem pelos filhos. Pedro se recusa a empregá-lo. Emprega, em vez disso, o verbo que significa 'amar como amigo' Na terceira vez em que faz a pergunta, Jesus desce ao nível do verbo usado por Pedro, e pergunta: 'Você gosta de mim?'. Pedro sentiu-se magoado porque, na terceira vez, Jesus questiona até mesmo o que Pedro acabara de afirmar duas vezes. Jesus leva Pedro, de modo suave, a reconhecer que realmente amava seu Mestre - dentro do melhor de sua capacidade, o que era o suficiente".