O adultério mais incomum da história. Que mulher é essa que é surpreendida em adultério, e o homem fica no anonimato.
A narrativa bíblica é sempre admirável em sua atualidade. Esse primeiro episódio narrado, é mesmo que ver os casos de mulheres que estão afrente da situação, e que de algum modo encontra uma certa satisfação em se relacionar com homens, inertes, desprovidos de qualquer expressão diante da agressividade da vida.
Não me refiro a homens, comedidos, pacifistas, tais homens, não tem em nada haver com uma classe cada vez mais crescente em nossos dias de homens indolentes, que se portam como verdadeiros seres inanimados.
Bem, deixando a insatisfação da atuação masculina no cenário contemporâneo, sua ausência parece nem ser notada no relato como nos dias atuais. E uma mulher é levada até Jesus a fim de confrontado com sua própria Lei.
Não é de hoje que a Lei de Deus, assim como boa parte das Sagradas Escrituras, é manipulada a revelia de qualquer princípio hermenêutico. E olhe que a contravenção aqui não está associada ao Sábado e sim ao Sétimo mandamento, que como ditos por muitos é o mal do século. Mais como dizia Salomão: "Não há nada de novo debaixo do sol" (Ec. 1.9), então o mal do século, na realidade é vida que é vivida longe da fonte da vida.
Para quem não está familiarizado, o decreto de morte sobre o delito do adultério, previa a condenação aos envolvidos no ato ilícito, que até hoje se entende por algo que só pode ser praticado por no mínimo duas pessoas. Por isso a sentença registrada no livro de Levítico 20.10,11 previa a morte a ambos.
Mais o que vemos em João 8, é a confirmação do ditado popular: "o que começa errado, termina errado". Primeiro porque não estão interessados em resolver o problema da desobediência para com a lei, segundo não estavam preocupados em promover a restauração da criatura que estava rompendo com o criador. E por fim usaram de um erro com o intuito de promover outro (v.6).
Então encontramos uma das pérolas de Jesus, infelizmente, regularmente citada por aqueles que querem viver em seus erros, sem repreensões pela máxima de que todos erramos. "Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra". (v.7)
Quando seguimos lendo especialmente os Evangelhos , e alguns momentos épicos do povo de Israel, temos a impressão de que eles se encontravam destituídos de qualquer consciência. Mais alguns registros como o do verso 9, nos da uns lampejos de esperança a condição de homem, e por piores que fossem suas intenções nós os vemos ao menos abandonando o curso de sua rota, quando eles não se permitem mudar de rota.
Isso posto nos deparamos com mais um encontro que torna a revelar a exata obra de Cristo. Nos livra de nossos acusadores (v.10). Promover a nossa Salvação e nos conceder uma nova maneira de viver (v.11).
Em João 6. 35,51 nós deparamos com o primeiro Grande "EU SOU" de Jesus. E agora o ouvimos fazer essa declaração pela segunda vez. Se na primeira Ele se colocou como o Pão, agora Ele se coloca como a Luz do mundo (v.12).
O capítulo segue com outra grande lição, o contraste entre a obra de Cristo e a de seus suposto povo (v.15). Ele não veio para julgar e nós para que não conseguirmos deixar de julgar, a tudo e a todos, em todo tempo.
Mais uma vez João destaca o fato de Jesus está constantemente ensinando, e não em qualquer lugar mas no templo. E que Deus está no controle da história (v.20).
Algo que é notório no Evangelho Joanino é sua ênfase das pessoas crerem ou não em Jesus (v.24, 30, 45,46).
Neste caso uma vez que cremos, temos que tomar a decisão de permanecer, para que sejamos reconhecidos como seus discípulos, e assim sendo verdadeiramente livres (v.32).
O tema da liberdade é então introduzido no livro de João, um tema que não pode ser negligenciado no cenário do Grande Conflito. (v.33,34).
Já naquela época, encontramos os primeiros defensores denominacionais, aqui me refiro ao membros da igreja abraâmica. (v.39) Como repreendeu Lutero certa vez: "temos alguns loucos que se dizem luteranos, penso que sobre nenhuma circunstância deixaria de ser chamado cristão para ser chamado de qualquer outra coisa". Com isso compreendemos que os defensores denominacionais não são uma exclusividade dos nossos dias. Por isso gostaria de desde já lhe convidar a abrir mão de qualquer outra nomenclatura e se abraçar ao "ser cristão".
É interessante observar que assim como hoje, as pessoas daqueles dias também não se rendiam com facilidade, e já nos deparamos com outra repreensão, e dura repreensão essa, a de ser chamado de filho do diabo (v.44).
Após a leitura desse capítulo, e poder realizar um autoexame de consciência, como filho de quem você se colocaria? lembrando que se for de Deus, você tem que ser capaz de ouvir sua Palavra, e viver segundo a mesma (v. 43, 55).
Reynan Matos
Teólogo
Comentários Adicionais
Pr. Heber Toth Armí
Você deve estudar a Bíblia para conhecer a Jesus, mas estudar Jesus pode não significar relacionar-se com Ele. Observe estes pontos de João 8:
1. A mulher pega em adultério soube o que realmente significa ter um encontro genuíno com Cristo, sua vida mudou radicalmente (vs. 1-11);
2. Desconectado de Jesus não existe luz neste mundo tenebroso, por mais rituais que pratiquemos (vs. 12-20);
3. Jesus é a ligação entre o Céu e a Terra (vs. 21-30); esse assunto foi abordado com Nicodemos em João 3:14-16 e, ampliado no capítulo 12:32-34.
4. Jesus é a verdade que liberta, caso permaneçamos em Seus ensinamentos (vs. 31-40);
5. Jesus fez um contraste entre os humanos que são filhos de Deus e os que são filhos de Satanás; deixando evidente que os filhos do diabo (vs. 41-47)…
…Ignoram a Palavra de Deus;
…Confiam em si mesmos;
…Odeiam mortalmente a Cristo;
…Não apreciam a Cristo e nada que esteja relacionado a Ele;
…Foram cegados por Satanás, consequentemente têm dificuldades de entender a Palavra;
…Dão preferência mais à mentira que à verdade;
…Têm aversão à Palavra de Deus.
6. Líderes religiosos contemporâneos de Jesus exemplificam para nós os filhos do diabo (vs. 48-59).
Pr. Adolfo Suárez
Quatro verdades sobre Jesus (Adaptado por Reynan Matos):
1º. Jesus não se deixa influenciar pelo ânimos agitados daqueles que o procura.
2º. Nem sempre falar é a melhor opção, ainda que isso seja o esperado.
3º. Ele busca a verdade.
4º. Ele coloca o ser humano, mais uma vez acima da Lei. (Mc. 2.27)
Rosana Garcia Barros
"Ser livre de verdade possui um significado tão profundo e tão maior do que simplesmente escolher em que direção voar, e uma mulher “apanhada em flagrante adultério” (v.4) só descobriu isso quando colocada frente a frente com o Libertador".
"Notem que Jesus não ignorou o pecado da mulher, mas lhe ofereceu o perdão seguido de uma ordem. O profeta Jeremias, clamando a Deus que o socorresse de seus inimigos, declarou: “Ó Senhor, Esperança de Israel! Todos aqueles que Te deixam serão envergonhados; o nome dos que se apartam de mim será escrito no chão; porque abandonam o Senhor, a fonte das águas vivas” (Jr 17:13). Cristo acabara de declarar àqueles acusadores: “Quem crer em Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva” (Jo 7:38), mas eles escolheram rejeitá-Lo, tendo suas vidas expostas no chão da vergonha. Contudo, a boa e feliz notícia é que Deus escreve os nossos pecados onde podem ser facilmente apagados!".
Quer ser livre de verdade? Vá a Cristo, e obedeça à Sua palavra de ordem: “Vai e não peques mais”. Seguindo a lei da liberdade (Tg 2.12).
