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segunda-feira, 7 de maio de 2018

Atos | Capítulo 13

Esse capítulo é um marco importante no ministério do Apóstolo Paulo. Nele encontramos o que seria a primeira pregação de Paulo sobre Cristo Jesus, a oportunidade dos Judeus e a relação Graça e Lei. Temas tão caros para o Apóstolo.

Mais antes da pregação de Paulo, nos deparamos com duas realidades:

1. É da obra do Espírito Santo designar as equipes para o bom andamento e avanço da obra. (v.2)

2. A presença de falsos profetas, é algo que sempre existiu no meio do povo de Deus. (v.6)

Temos mais uma pessoa importante na sociedade dos tempos bíblicos interessada nas coisas do Reino de Deus. (v. 7) Seu nome era Sérgio Paulo, sua função procônsul, e a Bíblia o destaca como homem inteligente. E não poderia ser de outra forma já que se empenhava em ouvir a Palavra de Deus.

Mais o falso profeta, não se contentava com isso, e buscava desvirtuar o procônsul de ouvir o Evangelho. Elimas, que é como se chama o falso profeta, me lembra um dia em que enquanto eu conversava com um líder religioso de uma certa denominação, ele se queixava com o fato de tudo para alguns cristãos ser centralizado na Bíblia. Ao que eu ouvi aquela insatisfação com surpresa. Porque? Se o cristão não pautar sua vida pela Bíblia Sagrada, que é a Revelação de Deus dada aos homens, pelo que nos basearemos? Pela orientação do Padre, do Pastor?

Creio que o sacerdócio existe não para que seus oficiais sejam lei para o povo, e sim para que realize os sacramentos e as ordenanças, como uma extensão do cuidado de Deus aos seus filhos. E não para ocuparem o lugar de Deus, ditando os passos para a sua vida. Que era exatamente o que aquele falso profeta estava tentando fazer, desviando o procônsul de ouvir o Evangelho. (v.8)

E Paulo resolve essa situação de uma maneira bem a moda de Paulo: "Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia, inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do Senhor?" (v. 10) Se você tem reconhecido algum falso profeta e não sabia como fazer para se livrar dele, se aproprie das palavras de Paulo.

Meus amigos, a Palavra de Deus, é tão clara como sol, se para entende-la dependêssemos de um diploma, então não poderíamos concorda com a declaração do capítulo 10 de Atos onde se afirma que "Deus não faz acepção de pessoas (v.34)". Acreditar que a Bíblia é incompreensível, seria o mesmo que dizer que Deus usou o método errado para se comunicar. 

Com isso quero dizer que de pronto entendemos tudo nas Escrituras? de modo algum, mais tenho plena convicção, que você já se deparou com inúmeras situações, em que você também se encontrava completamente perdido, e nem por isso você desistiu de procurar entender. Então porque com a vontade de Deus para a sua vida, você se permite tornar refém da compreensão de outras pessoas?

Vamos agora analisar alguns pontos da pregação de Paulo:

1. Os dois primeiros reis de Israel, eram de origem familiar simples. Em tamanho, influência e expressão. (v. 21,22) E o que isso quer nos dizer, que se ele usou famílias simples como da casa de Benjamim, e da casa de Jessé, ele pode usar a nossa família também.

2. Existe muitas formas de se realizar um batismo, as três mais comumente conhecidas são por: aspersão, afusão e imersão. 

a. por aspersão se entende o jogar um pouco de água.
b. por afusão se entende algo como ficar em baixo de uma queda de água.
c. por imersão ser mergulhado com foi Jesus.

Embora exista essas diferenças entre as compreensões de como se praticar o batismo, existe ainda uma outra questão tão importante quanto, a razão para a realização do batismo. E assim como a forma de ser batizado, a Bíblia só apresenta uma razão pela qual ser batizado, e no verso 24 nós lemos que por arrependimento. 

Se não há arrependimento, não pode haver batismo, e quando se fala em arrependimento, estamos falando de uma decisão particular e intransferível. Se eu erro, de nada adianta minha esposa se arrepender por mim. Quem deve se arrepender, é quem errou. E não quem convive com o praticante do erro. 

3. Paulo fala da importância de temer a Deus. E esse é um aspecto da adoração pouco apresentado nos púlpitos das igrejas. "Temer a Deus e dai lhe glória", como está descrito no livro do Apocalipse.

4. Ele crítica a inutilidade de uma leitura bíblica desprovida de reflexão, olhe o que ele diz no verso 27: "Pois os que habitavam em jerusalém e as suas autoridade, não conhecendo Jesus nem os ensinos dos profetas que se leem todos os sábados, quando o condenaram, cumpriram as profecias".  Observaram, liam a Bíblia todo sábado, mas ler sem busca entender não resolve nada. Tanto que Ela apontava para o Messias, o Messias veio e eles o mataram sem nenhum perceber, ainda que lessem a Bíblia toda semana. Por isso buscamos aqui refletir no que ela tem para nos dizer acada dia, e sempre colocando em prática o que temos aprendido. 

5. Mais uma vez a Bíblia retoma a questão da morte. Para Paulo, assim como para João, Salomão, e o próprio Jesus, ao nos depararmos com a morte, temos que todos aguardar a ressurreição.  Apesar, de para algumas pessoas, existir a possibilidade de uma reencarnação, essa compreensão no entanto não encontro apoio bíblico, porque quando a Bíblia fala de vida após a morte, isso só é possível por meio da Ressurreição, que está condicionada ao segundo advento do Salvador. Como Paulo deixa muito claro em 1ª Tessalonicenses 4.13-18.

Adaptando o ditado de  Tomás de Aquino, não confundamos os termos, nem troquemos os seus significados:

Encarnação: Biblicamente foi algo realizado apenas por Deus, em seu ato de Salvar o homem. Conforme Evangelho de São João 1.14

Ressurreição: Significara retornar a vida após a morte, evento condicionado ao advento do Messias. Conforme 1ª Coríntios 15.21,22

Reencarnação: Retorno da vida após a morte, a qualquer momento. Tal compreensão não tem apoio bíblico. 

6. Paulo então encerra sua pregação com sua primeira exposição referente a relação de importância entre lei e salvação, dois temas tão mal compreendidos nos dias bíblicos, e que proporcionam ainda muitas divisões entre as denominações cristã. (v. 38,39) Então deixaremos para tratar dessa questão onde ela foi melhor explanada, que é no livro de Romanos daqui alguns dias.     

Após o encerramento da pregação de Paulo, encontramos uma reação tão incomum em nossos dias. Eles pedem para Paulo retornar no sábado seguinte e pregar as mesmas palavras. (v. 42) Algo totalmente incompatível com uma geração que sofre com excesso de informação inútil, não me recordo em 17 anos de cristianismo ouvir de alguém que tem sido chamado para pregar o mesmo sermão uma semana depois na mesma congregação. Mais ainda semana passada me lembro de ouvir algumas pessoas reclamarem justamente de alguns pregadores que repetem suas pregações.

Isso é um destaque apenas para nos fazer pensar, não estou dizendo que apoio repetições de pregações justamente pela riqueza do conteúdo bíblico. Mais a regularidade da apresentação de alguns temas, deveria ser algo a se pensar, por parte daqueles que forma chamados a pregar o Evangelho. 

No verso 45, encontramos um alerta para os líderes religiosos de nosso tempo. Certifique-se muito bem que quando você rebater alguém ou um grupo que se levanta em nome de Deus, de fato estão fazendo a fim de proteger o rebanho e não a si próprio. Afinal, a inveja é algo altamente camuflável principalmente para quem a possui. 

Dois último destaque:

1. Aos pregadores. Se for para pregar que se pregue com ousadia, e por ousadia, não queremos dizer arrogantes, nem cheios de invencionice ou muito menos desprovidos de amor. Pregar com ousadia é pregar movido pelo Espírito Santo, vazio de si e cheio dEle; que convence, transforma e santifica. (v. 46)

2. Aos cristãos de um modo geral, o último verso do capítulo de hoje diz assim: "Os discípulos, porém, transbordavam de alegria e do Espírito Santo". (v.52)  Se você é um cristão é importante que o seu rosto seja compatível com sua fé. Então você pode me dizer: "Mas você não sabe pelo que eu já passei?". E eu lhe respondo de fato não sei, mais assim como nosso Deus que não fica preso ao passado, gostaria de lhe convidar a viver olhando para o seu futuro ao lado dEle. 

Vamos orar:

Deus Eterno e Pai Amado, muito obrigado por tudo que tens nos proporcionado, em especial os livramentos ao longo desse fim de semana, ajuda-nos para que a semelhança de Paulo possamos pregar tua palavra com ousadia. E termos uma alegria que onde quer que estejamos a atmosfera celestial seja percebida ali, é o que te pedimos crendo no poder que a no nome de Jesus amém. 

Reynan Matos
Teólogo

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