Pages

sábado, 21 de abril de 2018

João | Capítulo 18

Alguns anos atrás em dias de seminarista, fomos incentivados a escolher uma porção da Bíblia sobre a qual nos especializar. E a literatura Paulina era a maior escolha dos seminaristas na época 2015-2016. Mais acabei escolhendo a literatura Joanina, com exceção do livro de Apocalipse, simplesmente por entender que é uma livro que demandaria um estudo particular.

Então, para começar nossa especialização, abandonei os comentários bíblicos por um período, ao menos para a leitura dos escritos joaninos e adotei o método de estudo do nosso professor de Antigo Testamento o Dr. Pablo Rotma. O método consiste no seguinte: 

1. Pintar as palavras que se repetem, ou um conjunto de palavras que tenham a mesma conotação.
2. Identificar o pensamento central de cada capítulo.
3. Apontar os contrastes.

Então criei uma pasta no meu computador, coloquei cada capítulo em um arquivo do word e comecei o trabalho, lembro de ter lido cada livro umas três vezes. Até que em um dado momento me deparei com as perguntas presentes no Evangelho de João. 

Se observarmos bem, o sucesso de um aprendizado consiste na elaboração de boas perguntas. Logo perguntas são importantes para o aprendizado. E no capítulo 18 de joão, assim como as do capítulo 1 e 3, sinalizo com as perguntas mais importantes. 

Então eu quis lhe contextualizar como cheguei a esse capítulo que o denomino como o capítulo das indagações:

1. Sendo Jesus o primeiro a indagar: "A quem buscais?". (v.4)Uma pergunta que ecoa até os nossos dias, naquele dia Jesus era o procurado. E hoje quem você procura? Um político, um empresário, um amor. Buscavam Jesus a fim de o trair, outros para o preder, e alguns para o matar. E você se procura a Jesus para que o busca?

2. Pedro, sempre Pedro, no afã de resolver aquela situação corta a orelha de um soldado, muito se concentra em Pedro, mais o que poderíamos dizer desse soldado que se permite ter uma orelha cortada por pescador? Bem é só para pensarmos. Porque a segunda pergunta é também de Jesus, mais agora não mas a multidão agora a questão é para os seus discípulos: "Não beberei, porventura, o cálice que o Pai me deu?" (v.11) É como se Jesus tivesse se valendo da experiência de Jó quando diz: "O bem de Deus aceite e na hora do mal, vou me voltar contra Ele?". Quando Jesus fala de aceitar as dificuldade de sua missão, alguns se esquivam de suas dificuldades com o argumento de que Jesus era Jesus, certo! Mais e Jó, era ele um semi-deus? acredito piamente que não.

3. Pedro mais uma vez entra em cena, mais agora quem faz a pergunta não é Jesus e sim uma criada:"Não és tu também um dos discípulos deste homem?" (v.17, 25, 26) E Pedro responde como se fosse um pretenso cristão dos nossos dias, que estão dispostos a tudo, quando tudo lhes parece favorável, mas saem fora quando a situação muda.

4. Cristo mais uma vez levanta outra questão: "Por que me interrogas?" (v.21). Ou seja, assim como Cristo encontrou inúmeros opositores em sua obra, gente que não estava disposta a verificar os detalhes o resultado de sua obra, de igual modo sofre os cristão de hoje, com os Anás e Caifás modernos.

5. Agora é a vez de Jesus responder, a um soldado que indaga: "É assim que falas ao sumo sacerdote?" (v. 22) E essa insatisfação do soldado é reprisada na vida de muitos que não estão satisfeito, com o modo que Deus tem agido em suas vidas.

6. E por não estarem satisfeito Cristo estende a nós a pergunta que fez ao soldado: "Por que me feres?". (v.23) E é justamente isso que as pessoas fazem quando não lhe dão bem com o modo de agir do Senhor. Blasfemam, dão mal testemunho.

Agora vamos entra em um nível de questionamento mais profundo entre Cristo e Pilatos.

7. Pilatos pergunta a Jesus: "És tu o rei dos Judeus?" (v.34). Esse é um momento tão singular que me faltam palavras para poder descreve-lo ou aplicá-lo. Muitas coisas passam em minha mente, e você também deveria considerar o peso da pergunta.

8. Jesus então pergunta a Pilatos: "Vem de ti mesmo esta pergunta ou to disseram outros a meu respeito?" (v.34) Em outras palavras Jesus estava dizendo a Pilatos você está interessado em mim por você mesmo ou por causa de alguém? Será que esse pergunta encontra um solo fértil em seu coração? Quantos não tem também se achegado a Cristo, não porque procuram um Salvador e sim apenas alguém que lhe resolva um problema eminente.

9. Pilatos então faz a penúltima pergunta do capítulo, e a pergunta que muitos hoje também estão em busca de resposta: "Que é a verdade?" (v. 38) E aqui teríamos muito a falar, mais seria apenas perda de tempo, então entenda o que Pilatos não entendeu. A verdade não é um conceito, ou uma coisa para se pergunta "que é a verdade?". A verdade é uma pessoa como registrou João em seu Evangelho, e o seu nome é Jesus (Jo 14.6). E não apenas Ele é a Verdade como também Ele é a Vida, e o Caminho para se alcançar as duas coisas.

10. Vamos a última e a pior de todas as perguntas: "Quereis, pois, que vos solte o rei dos Judeus?" (v.39). Ter Jesus concorrendo com algo, ou alguém deveria ser algo inimaginável, mais desde a pergunta de Pilatos, parecem que não fazem outra coisa, e o pior é que naquele dia possibilidade da escolha não veio por um representante de Deus, não Roma nunca representou a Deus. Mais hoje tal opção é concedida por pretensos servos de Deus, que tendo a Cristo como opção, fazem como os líderes da nação judaica; é água, é manto, é pedra, é foto, é cajado, é sal, e por aí vai. Menos Jesus.

Meu amigo gostaria que você parece um instante no dia de hoje e refletisse um pouquinho melhor em cada uma dessas questões que encontramos em João capítulo 18 e no final espero que você também não fique com Barrabás.

Reynan Matos
Teólogo

Comentário Adicionais

Pr. Ronaldo de Oliveira

"A muitas pessoas como Judas, que confundem as coisas terrestres com as celestes. Pensam que a alegria na terra é igual a alegria no céu". 

"Nesse capítulo vemos Jesus disposto a tomar o seu lugar na cruz". 

"Vida é isso que significa o livro de João".

Lori Engel
Capelã, EUA  

"O que é a verdade?"

"Hoje, a pergunta cínica de Pilatos corre solta em todo o mundo. A verdade objetiva não é mais vista como desejável ou mesmo possível. Pelo contrário, a verdade é definida como aquilo que funciona para qualquer indivíduo em particular. Valores que antes eram valorizados têm sido considerados antiquados. Não mais ancorada firmemente à âncoras espirituais ou éticas, a cultura está à deriva nas ondas do relativismo".

"Nem sempre é fácil ouvir a Cristo. [...] Ouvir a Cristo sempre envolve investigar os motivos do coração".

Pr. Adolfo Suárez

Um dos capítulos mais triste da Bíblia

1. Jesus é traido
2. É levado para Anás
3. Ele é levado para Caifás
4. O enviam a Pilatos

Então Pilatos faz a pergunta da qual ele não quer ouvir a resposta. Igual a muita gente. (Adaptado por Reynan Matos).

5. Pedro nega a Jesus

"Em algum dia todos nós iremos nós deparar com a verdade, e teremos que tomar uma decisão quanto a ela. tomara que sempre tomemos a decisão certa".

Pr. Heber Toth Armí.

"Os evangelistas ampliam nossa visão da pessoa e obra de Jesus. De quantos mais ângulos observarmos a Jesus, mais O apreciaremos. Por isso existem os quatro evangelhos".

"Os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas se assemelham entre si, sendo chamados, desta forma, de Sinóticos. D. A. Carson, comentando sobre isso, declara o seguinte:

As diferenças mais frequentes levantadas por João e os Sinóticos são três:

1. Os romanos têm um papel mais central em João que nos Sinóticos: eles inclusive aparecem na cena da prisão (18:3), e Pilatos toma muito espaço.

2. Não só não há registro em João da agonia de Jesus no Getsêmani, mas também, em geral, há muito esforço em mostrar que Jesus está no controle. Não há menção do beijo traiçoeiro de Judas: Jesus vai em direção à Sua prisão (18:1, 4) e controla o curso dos eventos. Ele interroga Seus captores e demonstra de tal forma Sua glória que eles caem para trás no chão (18:3-8).

3. Há diversas passagens em João que não têm nenhum paralelo nos Sinóticos:
a) O ato de levar Jesus a Anás (18:12-14);
b) Sua resposta ao sumo sacerdote e o oficial que lhe bateu (18:19-24);
c) Os diálogos entre Jesus e Pilatos (18:28-37; 19:9-11);
d) Os diálogos entre Pilatos e os judeus (18:28-32; 19:4-7, 13-16);
e) A declaração de que Jesus levou Sua própria cruz (19:17);
f) Um excurso [desvio do tema principal, digressão] sobre o significado da inscrição na cruz (19:20-22);
g) A criação do elo entre Sua mãe e o discípulo amado (19:26-27);
h) O grito na cruz (19:30).

"Merril F. Unger observa que “Jesus disse a Pilatos que Seu reino (Sl 45.3,6; Is 9.6,7; Zc 9.9) não era deste mundo, i.e., deste sistema mundial satânico baseado em princípios de orgulho, luxúria e guerra, [vs. 36]. Se Seu reino fosse assim, então Seus servos lutariam. Jesus enfatizava a verdadeira natureza do Seu reino, em gritante contraste com Roma e outros governos do mundo”.
Pergunto, ao deparar-se com o sistema de governo de Cristo como você reage:

Como Anás?
Como Pilatos?
Como Pedro?
Como o povo judeu?
Como discípulo medroso?

Rosana Garcia Barros

"Seu cantinho de oração tornou-se em campo da batalha mais cruel já registrada nas páginas da história deste mundo".

"[...] pela motivação errada, Caifás declarara a solução correta".

"aquele que disse daria a vida por Jesus, não hesitou em negá-Lo por três vezes seguidas, e O negaria muito mais se não fosse interrompido pelo canto da culpa e pelo olhar do amor: “E logo, estando ele ainda a falar, cantou o galo. Então, voltando-se o Senhor, fixou os olhos em Pedro” (Lc 22:60-61). Pedro encontrou o mesmo olhar de amor quando pela primeira vez fora chamado: “Segue-Me”.