Eu sempre tenho dito por aí, do cuidado que temos que ter com os textos famosos da Bíblia. Essa advertência é originária do conhecimento da arrogância do ser humano. Quando um texto bíblico se torna popular, somos tentados a pensar que não há mais nada que aprender com ele, por já termos ouvido de tudo.
E entre esses textos populares temos João 3, extremamente conhecido pelo diálogo de Jesus com Nicodemos. Vamos então ao estudo desse capítulo.
Podemos considerar João 3 como o capítulo dos diálogos, sendo:
1º. Jesus com Nicodemos
2º. João com um Judeu contendero
Nicodemos era um homem importante no cenário de Israel, mas suas lisonje-as (v.2) caiem por terra (v.3) quando observamos o horário em que ele procura Jesus.
Contudo temos que destacar que "Dois anos depois tomou partido a favor de Jesus no Sinédrio (7.50-52). Mais tarde ainda, ele e José de Arimatéia, outro membro do Concílio, sepultaram Jesus (19.39). Nos dias de formação de sua fé, era um discípulo secreto, mas posteriormente se dispôs a partilhar abertamente com Jesus a vergonha da cruz. Nicodemos saiu do anonimato de sua fé justamente na hora da humilhação [...]. Com toda certeza, compensou sua tendência original para o sigilo, principalmente se considerarmos que era membro do Sinédrio e, portanto, estava bem n meio do arraial do inimigo". (Halley, p. 552)
Isto posto, destacamos que não precisamos usar de lisonjeias se esta não é uma opinião concreta sobre quem nos dirigimos ou referimos, como se fossemos membros do parlamento ou do supremo tribunal federal.
Embora homem respeitadíssimo, e provavelmente muito estudado, ele nos reafirma que; Nunca saberemos tanto, que não possamos aprender um pouco mais (v.4,9).
Em contra partida, a sua incompreensão diante do assunto apresentado por Jesus, leva nos a refletir que, não adiante ser conhecedor de tantas ciências, se negligenciamos o conhecimento principal (v.10, 5)
Por certo a dificuldade de Nicodemos em compreender esse assunto do novo nascimento, residia em seu compartilhamento "do conceito generalizado de que o Messias viria instaura um reino político no qual a nação judaica seria liberta do domínio romano. Jesus se esforçou para deixar Nicodemos entender a natureza pessoal e espiritual de seu Reino. Mas se tratava de um conceito tão diferente do que Nicodemos tinha em mente que este não compreendia o que Jesus falava. Realmente não conseguia ver como ele, um homem bom, fariseu genuíno, um dos governantes da nação messiânica, não tinha o direito de ser recebido de braços abertos no reino messiânico. Não lhe era possível assimilar a verdade de que, ao contrário, ele mesmo, junto com suas ideias, precisava ser refeito de alto a baixo". (Halley, p. 552)
E assim como foi difícil a Nicodemos é difícil a todos que recebem as verdades do reino.
Sobre João 3 podemos afirmar que Israel não se equivocou ao esperar um Rei. O equivoco estava em não terem identificado o trono a CRUZ.
O diálogo de Jesus com Nicodemos diz respeito a:
1º Verdade, e está fundamentada em Jesus: "Em verdade, em verdade te digo". (grifos nosso)
2º Batismo (v. 3-7,22)
3º Reino (v. 3, 5, 13)
4º Alusão ao Espírito Santo (v.6,8)
5º Fundamento da Salvação (v. 14-17)
6º Julgamento (v. 17-19)
No segundo diálogo, encontramos João Batista com um agitador de Israel, personalidades muito comum em todas as comunidades no mundo, quer seja de ordem religiosa ou não.
Nesse diálogo os assuntos envolvidos são:
1º. Estão fazendo mais do que você. (v.26)
2º. Perda de popularidade (v.26)
3º. De onde vem a autoridade (v.27)
4º. Clareza de personalidade (v. 28, 31).
5º. A relação entre Cristo, a igreja e seus servos (v.29).
6º. Humildade (v. 30) - Que não o impediu de ser preso oito meses depois (Mt. 4.12).
7º. Quem de fato é de Deus (v.32,33)
8º. Alusão a dinâmica na Trindade (v.34,35)
9º. O fundamento da Salvação (v. 36).
10º. A ira de Deus (v.36)
Antes de seguirmos com a analise dos diálogos presentes em João 3, gostaria de compartilhar duas razões pelas quais Jesus não demorou para atrair mais seguidores que João Batista:
a. Os milagres realizados por Jesus.
b. A declaração de João Batista de que Jesus era o Messias.
É curioso atentarmos que ambos os diálogos terminam com os mesmos assuntos:
1º Fundamento da Salvação (v. 14-17,36)
2º Julgamento / Ira de Deus (v. 17-19, 36)
O que nos leva a pensar que esse também deveria ser o centro de nossos diálogos.
Reynan Matos
Teólogo
Comentários adicionais
Pr. Ronaldo de Oliveira
"O maior verso da Bíblia (3.16), sabe porque é a maior? porque cada palavra é a maior:
Porque - a maior resposta
Deus - o maior ser
Amou - o maior sentimento
O Mundo - o maior aglomerado
De tal maneira - o maior modo
Que deu - o maior ato
O seu filho unigênito - o maior dom
Para que - o maior motivo
Todo aquele - a maior abrangência
Que Nele - o maior atrativo
Crer - a maior decisão
Não pereça - a maior desgraça
Mais - a maior diferença
Tenha - a maior certeza
A vida eterna - a maior dadiva
Roseane Garcia Barros
Aquele que ele afirmou ser apenas um “Mestre vindo da parte de Deus” (v.2), Se apresentou como “Filho unigênito” (v.16) de Deus, enviado “para que o mundo fosse salvo por Ele” (v.17).
Pr. Heber Toth Armí.
Para aqueles que pensam poder aprender de uma única maneira, ou por uma única pessoa, João Batista é um contraponto nesse raciocínio, escrevendo sobre João 3 olha o que disse o Pr. Armí: "João Batista intentava corrigir a visão das pessoas sobre o Messias quando era questionado por causa de alguma coisa que Jesus fazia. Sua teologia está em harmonia com a ensinada por Cristo, embora nunca tivesse recebido a aula que Nicodemos recebeu".
No capítulo em pauta existe um contraste pouco observado. Analise estes dois versículos, que não se contradizem, mas o contraste existente se complementa:
Porque Deus amou o mundo tanto, que deu o Seu único Filho, para que todo aquele que nEle crer não morra, mas tenha a vida eterna (João 3:16).
Por isso quem crê no Filho tem a vida eterna; porém quem desobedece ao Filho nunca terá a vida eterna; mas sofrerá para sempre o castigo de Deus (João 3:36).
Ao comparar estes dois versículos, entendemos melhor nossa situação e desejaremos mais urgentemente um Libertador à altura de nossa condenação.
Consequentemente, compreenderemos que, se nossa maior e mais urgente necessidade fosse de…
• …informações, Deus teria enviado um pedagogo ou inventor da internet;
• …tecnologia, Deus teria enviado um cientista ou engenheiro eletrônico;
• …entretenimento, Deus teria enviado um artista, ator ou palhaço ao mundo;
• …dinheiro e riquezas, Deus teria nos enviado um economista ou contador;
• …moradia, Deus teria enviado um pedreiro ou engenheiro civil;
• …conselhos, Deus teria enviado um psicólogo ou conselheiro espiritual;
• …curas, Deus teria enviado um psiquiatra ou médico;
• …sabedoria, Deus teria enviado um filósofo.
Infelizmente valorizamos mais necessidades secundárias como moradia, dinheiro, tecnologia, etc. Precisamos entender que tais coisas são ilusórias e não promovem vida eterna. Só Jesus realmente satisfaz nossa maior necessidade.
Pr. Adolfo Suárez
Quem representa Nicodemos
1. Os que alcançaram fama e são paparicados: O próprio nome significa "o conquistador do povo" ou "o vitorioso sobre o povo".
2. As pessoas religiosos: membros e líderes
3. Os ricos
4. Os intelectuais: Que pensam que sabem tudo, mais que no fundo, no fundo não são capazes de entender, nenhum pouquinho se quer os assuntos espirituais.
5. Os que tem pudor moral: se preocupam com sua reputação, são exemplos vivo de moralidade, são um orgulho para a família, para a sociedade e para a igreja.
6. Os que querem se encontrar como Deus: mais o querem fazer do seu jeito, as escondidas para ninguém ver. O encontro com Deus produz efeito em sua vida é verdade, mais demoram em se decidir
por todos esses tipos de pessoas, Deus as ama e tem um cuidado especial
Em João 3.16 encontramos três características de Deus:
1. Deus é Amor
2. Deus é Doador
3. Deus é Salvador