Em seu último sermão, Estevão narra a história de Israel, de sua origem até os seus dias, em 49 versos. Destacando os seguintes momentos da trajetória do seu povo:
1. O chamado de Deus a Abraão (v.2-5)
2. O cativeiro Babilônico (v.6,7)
3. A aliança com Isaque (v.8)
4. A inveja dos irmãos de José (v.9)
5. A Graça e Sabedoria de Deus sobre José (v.10)
6. A escravidão no Egito (v.19)
7. O homicídio de Moisés (v.24)
8. O chamado de Deus para Moisés (v.33)
9. A libertação do Egito (v.36)
10. O bezerro de ouro (v.39-43)
11. A construção do tabernáculo (v.44)
12. Os dias de Davi (v. 46)
13. O templo de Salomão (v.47-50)
Parece um sermão extenso, provavelmente não seria um modelo de pregação indicado pelos professores de homilética e oratória dos nossos dias. Toda via, a extensa explanação de Estevão é pautada para não haver equívocos, nem demoras para responder a pergunta: "Qual dos profetas vossos pais não perseguiram?"(v. 52)
Agora me permitam dar alguns destaques na pregação de Estevão.
A ideia de livramento de Estevão parece um puco diferente da concepção percebida por alguns pretensos cristãos. Porque ele chega a dizer que o senhor livrou José de todas as suas aflições (v.10), mais como assim, ele foi vendido, foi escravizado, foi preso. Como poderia compreender a afirmação do diácono? Se levarmos em consideração o resultado final, da vida de José, o que foram de fato os percalços da sua vida? De igual modo se dará com os salvos na nova terra. Em virtude do que contemplaremos e desfrutaremos, a única declaração que poderemos emitir sobre as lutas terrenas é que o Senhor nos livrou de todas.
Outro detalhe que chama atenção na pregação de Estevão, é o destaque que ele dar ao crescimento continuo do povo de Deus. E por mais que o inimigo tente, esse é uma realidade inalterável no reino de Deus. E como integrantes de seu reino, também não deveríamos nos sentir confortáveis com a estagnação.
O terceiro destaque que fazemos da pregação de Estevão é uma alerta aqueles que sonham com a imortalização do seu nome. É verdade que Deus colocou o senso de eternidade no coração do homem (Eclesiastes 3.11), mais esse é um sentimento que deve ser partilhado pela possibilidade de se desfrutar dessa eternidade ao lado de Deus. Mais infelizmente não é isso que encontramos, esse anseio do homem pela eternidade é algo que está empermeado nas obras cinematográficas, como "o preço do amanhã", "sem retorno", na literatura em títulos como "a fonte da juventude". Nos avanços tecnológicos a fim de promover uma melhor qualidade de vida.
Não é de hoje que o ser humano não quer ser esquecido, as pirâmides do Egito são uma prova incontestável dessa necessidade. Nabucodonosor rei da Babilônia, em uma tentativa sem sucesso, fez uma estatua a sua imagem todo ouro, esperando que seu reino não passasse. José fez muito pelo Egito, mais chegou o dia em que seu nome foi esquecido, então não espere que o seu perdure para sempre. Deveríamos fazer o bem aos outros, pelo simples fato de todos necessitarem do bem, e não para sermos imortalizados na gratidão dos outros. (v.18)
Moisés em contrapartida, se vê em uma posição que é contraria a de muitos que se dizem crer em Deus hoje. Já que diante da sarça ele nem ousava contemplá-la. E hoje, testemunhos tantos crentes determinado isso, não aceitando aquilo outro, diante do altar.
O penúltimo destaque que gostaríamos de fazer da pregação de Estevão, se refere a uma dos momentos mais triste na história do povo de Deus, e que pode ser a realidade de muitos ainda hoje. No verso 39 é dito que: "[...] no seu coração voltaram para o Egito". Meus amigos, caso alguém não esteja familiarizado, o Egito era para Israel símbolo de dificuldade, pobreza, sofrimento, escravidão, rompimento familiar involuntário. Mais era também um lugar em que comiam e festejavam ainda que fosse as custas do paganismo. Então Estevão relembra que Deus os havia tirado do Egito, mas eles foram e colocaram o Egito no coração. E quantos hoje que se dizem cristãos não tem adotado o mesmo estilo do Israel bíblico, cheios de cuidados por aquilo que é aparente, e negligenciando aquilo que é visto só pelo Senhor?
O resultado de tal estilo de vida é o ultimo destaque que fazemos dessa pregação, se é que podemos chamar assim o último discurso de Estevão. "Deus se afastou" (v.42). Eu não me recordo de nenhum outro texto das Escrituras tão terrível como esse, em que Deus se afasta daqueles a quem Ele faz tudo para ter perto.
Sabe qual foi o resultado dessa pregação? Se você hoje, muitos elogios, recomendações para levar o pregador a outros lugares. Afinal é alguém que chama o pecado pelo nome. é o que se diria por aí. Mas naquele dia não, o povo ficou em uma ira tão grande que chegavam a trincar os dentes de raiva. E enquanto Estevão via a Glória de Deus, e anunciava dessa Glória eles tampavam os ouvidos. Igual muitos fazem hoje, mudam a estação, mudam até de casa quando abrem uma igreja na rua dele.
Como resposta ao apelo de Estevão, eles resolverão mata-ló apedradas. E Estevão em resposta a ira deles, orava a Deus para que o Senhor não levasse esse pecado em consideração. (v.60)
Após estudarmos o capítulo de hoje somos levados a considerar algumas coisas em nossa trajetória de vida, e se você analisar com calma vera a mão de Deus em sua vida, buscando te afastar ou até mesmo te tirar de algum Egito. Me permita te fazer um convite, ao sair do Egito, não permita que ele se instale em seu coração.
Reynan Matos
Teólogo