Atos | Capítulo 6

Até que demorou, mais como sempre, onde se junta a multidão, não faltará motivos para murmurações. 

E apesar de tudo o que eles haviam vivido até aqui, os batismos, as conversões, eles ainda eram pessoas que lutavam com sua natureza pecaminosa. 

Por conta dessa natureza, eles conseguem transformar algo que deveria ser essencialmente bom, em algo embaraçoso. 

Como vimos anteriormente: "E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos" (Atos 2.47). Com essa multiplicação o que era bom, começou a ressurgir aquele espírito separatista, onde o atendimento por parte da igreja era priorizado pela origem étnica. 

Com isso, os apóstolos são convocados para resolver a situação. Quando eles tomam conhecimento do que estava causando o desconforto, eles desconsideram a necessidade de sua presença para tal resolução. E propuseram a nomeação de oficiais para tais questões. (v.3)

Vamos por parte:

1. Temos aqui uma grande lição aos líderes de igreja, não sejam centralizadores.

2. Entenda que outros também são dotados de capacidades para o devido funcionamento do corpo de Cristo.

3. É extremamente perigoso abandonar a pregação do Evangelho, para ficar resolvendo questões de ordem secundária.

Agora essa sugestão dos apóstolos ela vem acompanhada de requisitos muito específicos:

1. Quanto a quantidade: Sete

2. Quanto a reputação: Boa

3. Quanto a comunhão: Cheio do Espírito Santo

4. Quanto a coerência  entre a teoria e a prática: Sabedoria

Observe que eles estipulam uma quantidade, para evitar outro transtorno. O de que todos agora comecem a querer decidir como resolver a questão.

Ao colocar as características, eles já proveram a multidão de um filtro. Sempre encontramos pessoas dispostas a atuar em determinadas áreas. Contudo disposição não é o único requisito para o bom andamento de quase todas as atividades, quer seja no âmbito religioso ou não. Mais com certeza, caráter é uma qualidade que deveria ser levado em consideração em qualquer nível que se faz necessário alguma liderança. 

Como estamos falando de liderança eclesiástica, em outras realidades pode até se admitir alguém cheio de qualquer coisa, "como si mesmo". Porém, como um líder eclesiástico é indispensável que esse seja cheio do Espírito Santo, e isso é algo que se adquiri mediante a comunhão que proporciona uma entrega diária. 

Então eles encerram os requisitos com a necessidade de sabedoria, preste bem atenção eles não disseram que; o líder tinha que ser alguém de influência social, rico, porte principesco, ou dotado de muito conhecimento. Mais sim alguém sábio. 

Muitas vezes o sábio é confundido com alguém de extrema inteligência. Onde na realidade a sabedoria é reconhecida sobre aquele que vive de acordo com o que se conhece, em outras palavras é alguém que não desassocia a prática da teoria, e vice versa.

Em uma leitura apressada, alguns podem julgar que os apóstolos estavam se esquivando do serviço pesado. Mas na realidade em seus três anos e meio de convivência com Jesus, eles aprenderão pelo exemplo que para o estabelecimento de um reino sobrenatural, é necessário comunhão ininterrupta com o Rei desse reino. E quando estudamos sobre missões, aprendemos que os grandes homens e mulheres da história bíblica, bem como da história recente. Tiveram sua grandeza reconhecida não pelo que executaram, mais pela intimidade que mantinham com o dono da obra que realizaram.

Entre os Sete que foram nomeados como diáconos, Estevão é o nome que se sobre sai. Alguém reconhecido como sendo "cheio de graça e poder". (v.8) Além de uma sabedoria irresistível (v.10) 

Os inimigos de Estevão, lembra os inimigos do profeta Daniel (Dn 6.4) que não encontravam nada contra ele. E não são em nada diferentes dos inimigos de Jesus (Mateus 26.59), que também produziram falso testemunho a fim de poder condenar a morte. (v.11-13).

Após considerarmos o estudo desse capítulo, deveríamos ser compelidos a algumas decisões como: Tratar a todos de modo imparcial, sem negligenciar a ninguém. Assegurar que o Evangelho continuei sendo pregado, e me dispor a unir forças com aqueles que foram consagrados a essa obra sagrada, de levar graça e poder de modo irresistível, ainda que se levante inimigos covardes. 

E desse modo, que todos brilhemos como se fossemos anjos.

Teólogo 

Reynan Matos

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