Das 38 estratégias descarei 11, mas antes gostaria de lhe chamar a atenção para como esse filosofo não cristão, deixa uma grande lição aos pretensos cristãos.
Trigésima oitava estratégias: "Como último recurso, parta para o ataque pessoal". assim que li o cabeçalho, fiquei entristecido, mas seguir lendo assim mesmo e qual a minha surpresa.
"Esse truque é muito apreciado, pois pode e costuma ser usado por qualquer um". E realmente, qualquer um mesmo...
Por que alguém usaria dessa artimanha as vezes nem como último recurso, mas como primeiro? Como diz Hobbes no capítulo 1 de Do Cidadão: "Todo o prazer intelectual e toda a felicidade se baseiam no fato de ter uma
pessoa com quem se comparar e em relação a quem se sentir superior". Então Schopenhauer acrescenta que: "Nada supera a
satisfação da própria vaidade e nenhum machucado dói mais do que o ataque a ela. (Daí surgem
ditados como “a honra vale mais do que a vida” e assim por diante.)". (p. 114)
Desse ponto em diante, ele começa a me surpreender, ao buscar elucidar o leitor como se defender de uma estratégia dessa natureza, e ele o faz de maneira muito mas enfática do que nos estratagemas anteriores.
"Neste caso,
assim que o oponente for para o lado pessoal, responda com tranquilidade “isso não tem a ver
com o assunto”, e imediatamente colocar a conversa nos trilhos novamente, e continuar para
provar que ele está errado, sem dar atenção aos seus insultos — assim como Temístocles diz para
Euribíades: παταξον μεν, ακουσον δε [bata em mim, mas me ouça]. Não é todo mundo que
consegue fazer isso". (p.115)
Em seguida, ele chama a atenção para o fato de que a despeito das circunstâncias, deve-se sempre valorizar a verdade. E para isso ele diz que é necessário "ter integridade suficiente para
poder suportar não estar com a razão quando a verdade estiver do outro lado". (p.115)
Então caminhando para o final, ele nos enriquece com a beleza e profundidade que os ditados tem, nesta ocasião é de origem árabe: "Na árvore do silêncio crescem os frutos da paz". Quando eu o li, de pronto lembre de uma citação da escritora Ellen White quando ela diz que: "O silêncio em certos momentos valem ouro".
Para encerrar nossa argumentação sobre o último capítulo dessa obra e apresentar as estratégias que mais nos chamaram a atenção, reproduzimos um conselho do autor dentro dessa temática: "a discussão como atrito entre mentes muitas vezes é necessária para os dois
lados, para a correção dos próprios pensamentos e para a produção de novos pontos de vista. Mas
as duas partes devem ter formação e inteligência bastante equivalentes. Se um não tiver o
primeiro, ele não entende nada, não está no mesmo nível. Se lhe faltar o segundo, a exacerbação
resultante o levará à desonestidade e à astúcia, ou à grosseria". (p.116)
10 ESTRATÉGIAS QUE DESTACAMOS
1. Mude as palavras do oponente para confundi-lo. (p.57)
2. Desfoque; depois encontre uma brecha. (p. 76)
3. Aposte em credencias e acue a todos. (p.92)
Nessa eu tenho que inclusive destacar um dos trechos que mas me chamou a atenção: "Poucos conseguem pensar, mas todos querem ter opiniões". (p. 96)
4. Complique o discurso de seu oponente. (p. 98)
5. "Cole" um sentido ruim na alegação do outro. (p. 100)
6. Encontre e explore o ponto fraco. (p. 104)
7. Mostre ao seu oponente que está lutando contra os próprios interesses. (p. 105)
8. Confunda e assuste o oponente com palavras complicadas. (p. 108)
9. Como último recurso, parta par ao ataque pessoal
Schopenhauer, Arthur. 38 estratégias para vencer qualquer debate: a arte de ter razão. Tradução Camila Werner São Paulo: Faro Editorial, 2014.
Reynan Matos