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sexta-feira, 16 de agosto de 2019

#leiamais | considerações 269 | 38 estratégias para vencer qualquer debate

Das 38 estratégias descarei 11, mas antes gostaria de lhe chamar a atenção para como esse filosofo não cristão, deixa uma grande lição aos pretensos cristãos.

Trigésima oitava estratégias: "Como último recurso, parta para o ataque pessoal". assim que li o cabeçalho, fiquei entristecido, mas seguir lendo assim mesmo e qual a minha surpresa.

"Esse truque é muito apreciado, pois pode e costuma ser usado por qualquer um". E realmente, qualquer um mesmo...

Por que alguém usaria dessa artimanha as vezes nem como último recurso, mas como primeiro? Como diz Hobbes no capítulo 1 de Do Cidadão: "Todo o prazer intelectual e toda a felicidade se baseiam no fato de ter uma pessoa com quem se comparar e em relação a quem se sentir superior". Então Schopenhauer acrescenta que: "Nada supera a satisfação da própria vaidade e nenhum machucado dói mais do que o ataque a ela. (Daí surgem ditados como “a honra vale mais do que a vida” e assim por diante.)". (p. 114)

Desse ponto em diante, ele começa a me surpreender, ao buscar elucidar o leitor como se defender de uma estratégia dessa natureza, e ele o faz de maneira muito mas enfática do que nos estratagemas anteriores.

"Neste caso, assim que o oponente for para o lado pessoal, responda com tranquilidade “isso não tem a ver com o assunto”, e imediatamente colocar a conversa nos trilhos novamente, e continuar para provar que ele está errado, sem dar atenção aos seus insultos — assim como Temístocles diz para Euribíades: παταξον μεν, ακουσον δε [bata em mim, mas me ouça]. Não é todo mundo que consegue fazer isso". (p.115)

Em seguida, ele chama a atenção para o fato de que a despeito das circunstâncias, deve-se sempre valorizar a verdade. E para isso ele diz que é necessário "ter integridade suficiente para poder suportar não estar com a razão quando a verdade estiver do outro lado". (p.115)

Então caminhando para o final, ele nos enriquece com a beleza e profundidade que os ditados tem, nesta ocasião é de origem árabe: "Na árvore do silêncio crescem os frutos da paz". Quando eu o li, de pronto lembre de uma citação da escritora Ellen White quando ela diz que: "O silêncio em certos momentos valem ouro". 

Para encerrar nossa argumentação sobre o último capítulo dessa obra e apresentar as estratégias que mais nos chamaram a atenção, reproduzimos um conselho do autor dentro dessa temática: "a discussão como atrito entre mentes muitas vezes é necessária para os dois lados, para a correção dos próprios pensamentos e para a produção de novos pontos de vista. Mas as duas partes devem ter formação e inteligência bastante equivalentes. Se um não tiver o primeiro, ele não entende nada, não está no mesmo nível. Se lhe faltar o segundo, a exacerbação resultante o levará à desonestidade e à astúcia, ou à grosseria". (p.116)

10 ESTRATÉGIAS QUE DESTACAMOS

1. Mude as palavras do oponente para confundi-lo. (p.57)

2. Desfoque; depois encontre uma brecha. (p. 76)

3. Aposte em credencias e acue a todos. (p.92)

Nessa eu tenho que inclusive destacar um dos trechos que mas me chamou a atenção: "Poucos conseguem pensar, mas todos querem ter opiniões". (p. 96)

4. Complique o discurso de seu oponente. (p. 98)

5. "Cole" um sentido ruim na alegação do outro. (p. 100)

6. Encontre e explore o ponto fraco. (p. 104)

7. Mostre ao seu oponente que está lutando contra os próprios interesses. (p. 105) 

8. Confunda e assuste o oponente com palavras complicadas. (p. 108)

9. Como último recurso, parta par ao ataque pessoal

Schopenhauer, Arthur. 38 estratégias para vencer qualquer debate: a arte de ter razão. Tradução Camila Werner São Paulo: Faro Editorial, 2014.

Reynan Matos