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sexta-feira, 13 de abril de 2018

João | Capítulo 10

É praticamente universal a experiência de ouvir a voz de alguém ao telefone sem nunca ter visto tal pessoa. E quando temos a oportunidade de conhece-la quase nunca a imaginamos de maneira compatível.

O capítulo 10 de João trata da imagem, e relação que se estabelece entre o criador e suas criaturas. Entre aqueles que ouvem a sua voz e o vem de modo completamente distorcido. E os que ao ouvir tem uma clara ideia de quem Ele é porque o conhece e se relaciona com Ele.  (v.3-5)

Falar sobre essa porta. (v.1)

Após nove capítulos discorrendo sobre Jesus, sua vida e missão. Encontramos a segunda menção a obra do maligno, em contraste com a Obra do Salvador. (v.10)

Esse presente capítulo é sobre tudo um apelo as lideranças religiosas, de modo a lhe darem com a congregação, na mesma disposição do seu Mestre, ao que parece humanamente falando ser uma realidade utópica (v.11).

No verso 14, temos uma continuação da ideia registrada em Matus 7.23: Relacionamento intimo, é algo que se estabelece pela revelação dos envolvidos, não existe relacionamento onde uma das partes 
se reserva ao outro. A isso caracterizamos relação de trabalho ou conveniência social, ao que tudo indica ser a base para alguns pretensos cristãos.

Em nossa caminhada com Cristo é de igual importância O conhecermos, e por Ele ser conhecido. E não segui-lo como se faz em um fã clube, onde todos sabem tudo sobre o ídolo, todavia o ídolo não faz a minima ideia de quem são, ou pelo que passa seus seguidores. Afinal como Está Escrito: "Ergam os olhos e olhem para as alturas. Quem criou tudo isso? Aquele que põe em marcha cada estrela do seu exército celestial, e a todas chama pelo nome [...]". (Isaías 40:26)

A figura do pastor acaba também sendo uma reivindicação indireta da divindade de Jesus, já que essa linguagem também é aplicada a Deus no Antigo Testamento como está registrado em: Gên 48.15; 49.24; Sl 23.1;80.1

Já no verso 16, a mensagem se destina aos aficionados pela ideia do exclusivismo. Só a minha igreja, só a cúpula da minha liderança religiosa. Não apenas em João assim como em outras várias partes das Escrituras Deus apresenta suas ovelhas espalhadas por outros apriscos como por exemplo é o caso de Melquisedeque (Gn. 14.18-20; Sl 110.4;  Hb 7.14-16), Nabucodonosor (Jr 27.6), Ciro (Isa 45.1), entre outros. Porém a declaração que mais coaduna com esse verso é o registo de Apocalipse 18.4: "Então ouvi outra voz do céu que dizia: "Saiam dela, vocês, povo meu, para que vocês não participem dos seus pecados, para que as pragas que vão cair sobre ela não os atinjam!" (grifo nosso). Observe o povo está no lugar errado, mais nem por isso deixaram de ser povo de Deus. Com isso em mente, penso que deveríamos ser cautelosos com quem condenamos ou absolvemos, até mesmo porque as chaves que foram entregues a Pedro fazia referencia ao céu e não ao tribunal divino.

Jesus reafirma sua divindade (v.17,18,30,38), e essa é basicamente a razão da ira dos lideres judaicos a ponto de quererem mata-lo a todo tempo (v.32-33).

Por fim mais um capítulo que se encerra com o tema da decisão, "crer ou não crer, eis a questão?" (v.24,25,26-28,37,38). "Muitos ali creram" (v.42) Espero que você também esteja nessa multidão.

Se essa for sua decisão esteja ciente que : "O caminho para o Céu é consagrado pelas pegadas do Salvador. A vereda pode ser íngreme e acidentada, mas Jesus por ela passou; Seus pés calcaram os cruéis espinhos, a fim de tornar mais fácil o trilho para nós. Todo fardo que somos chamados a suportar, levou-o Ele próprio.”(O Desejado de Todas as Nações, p. 480).

Reynan Matos
Teólogo

Comentários adicionais

Pr. Ronaldo de Oliveira

Existem muitos ministérios em que os pastores não conhecem as ovelhas, mas estão interessados na lã dela. (v. 12,13) 

Rosana Garcia Barros

"Nos muros de Jerusalém, a Bíblia faz registro de doze portas de acesso à cidade, assim como na Nova Jerusalém (Ap 21:12). A palavra porta indica lugar de entrada/saída e também denota escolha, decisão. Cada porta tinha um nome e um significado espiritual diferentes. Mas uma delas, a “Porta das Ovelhas” (Jo 5:2), de todas as portas, foi a única que, à época da reconstrução dos muros da cidade após o exílio babilônico, foi consagrada ao Senhor (Ne 3:1). Portanto, esta porta tinha um significado especial com relação às demais. Era por ela que entravam os cordeiros que seriam sacrificados no templo. Quando Jesus diz: “Eu sou a Porta das Ovelhas” (v.7) e ao mesmo tempo declara ser o bom Pastor, está afirmando a Sua declaração seguinte de que ninguém tiraria a Sua vida, mas Ele a entregaria espontaneamente (v.18)".


Pr. Adolfo Suárez

Como o nosso pastor o que Ele faz? 

1º. Ele nos conhece individualmente
2º. Ele quer nos guiar
3º. Suas intenções são puras
4º. Ele quer nos dar alimento
5º. Ele quer nos Salvar
6º. Ele deu sua vida em nosso favor
7º. Ele cuida de todas as nossas necessidades
8º. Ele quer manter unidade entre nós

Como se percebe claramente há um compromisso de Jesus Cristo como nosso pastor. Mas também deve haver um compromisso de nossa parte como ovelhas dEle. 

E que compromissos são esses:

1. Devemos ouvir sua voz: ou seja, esta atendo e familiarizados com seus ensinamentos.
2. Devemos conhece-lo: isso significa que devemos manter relacionamento de amizade com Ele.
3. Devemos obedecer e seguir ao Mestre: em outras palavras, não é suficiente achar bonito tudo o que Ele diz, é necessário assumir um compromisso serio com Ele. 

Se Cristo for o nosso pastor então estamos seguros. Pois Ele foi capaz de dar sua vida por nós. Mais se Cristo for o nosso pastor, também temos que ter postura de ovelhas, seguindo por onde Ele os guiar.  

Pr. Willie Oliver
Diretor Mundial do Departamento dos Ministérios da Família da IASD

"Algo não facilmente notado numa leitura superficial do texto, é a conexão entre a história anterior — a cura do homem cego — e a declaração de Jesus de ser o Bom Pastor. O homem curado é como a ovelha que reconhece a voz do Pastor e O segue. E como o Bom Pastor, Jesus cuida de Suas ovelhas, mesmo aquelas que foram rejeitadas — como o cego".

"A cura do cego nas imediações do templo durante a Festa dos Tabernáculos teve como objetivo abrir os olhos das multidões que viajaram a Jerusalém para aquele banquete espiritual. Jesus está oferecendo às pessoas a oportunidade e a capacidade de distinguir entre o bom pastor — Ele próprio — que não quer nada além do melhor para suas ovelhas, e os líderes religiosos de Seus dias".

Comentário Bíblico Adventista

A proposta de esboço do referido comentário é a seguinte:

1. Cristo é a Porta e o Bom Pastor (vs. 1-18);
2. Diversas opiniões sobre Cristo (vs. 19-23);
3. Jesus prova que é Filho de Deus por Suas obras (vs. 24-38);
4. Jesus escapa dos judeus (v. 39);
5. Jesus vai para além do Jordão, onde muitos creem nEle (vs. 40-41).

Manual Bíblico de Halley (p.557)

"Existe o intervalo de dois meses entre os versículos 21 e 22. A Festa das Cabanas era em outubro, e a visita de Jesus a essa festa é narrada em João 7.2 - 10.21. Agora se trata da Festa da Dedicação (dezembro). Nesse intervalo, segundo parece, Jesus voltara à Galiléia e viajara ainda mais longe, e já havia ocorrido a transfiguração (Mt 17.1-8)".