Pages

sábado, 14 de abril de 2018

João | Capítulo 11

Apesar do capítulo 11 de João ser conhecido pela ressurreição de Lázaro. Em uma leitura mais atenta deveríamos ser atraído a comoção do Salvador (v.33,35). 

Sem sombra de dúvida, o preço da nossa salvação não custou apenas, a separação entre as pessoas da Trindade, a encarnação, humilhação,  sangue e morte de Jesus. Lhe tiramos também a alegria. "Havia em Suas lágrimas uma dor tão acima da simples mágoa humana, como o Céu se acha acima da Terra". (#RPSP)

Muitos citam João 11.35 como sendo o menor verso da Bíblia. Onde na realidade o menor verso é Êxodo 20.13:

              fonte:autor
  
O que é curioso é a relação entre ambos os versos. No fim todo o dilema do Pecado esta associado ao conceito de "morte", que resulta em choro, já que ao pensarmos em morte, temos em mente perdas, de toda e qualquer ordem.

Temos em João 11, inúmeras lições.

1º) O fato de sofrermos não quer dizer que somos menos amados por Deus. (v.3)
2º) Devemos sempre orar, a despeito das condições, contudo não devemos esperar uma atuação imediata. (v.6) Mais se confiamos para orar, deveríamos continuar confiando no seu modo e tempo de agir. (v.21,32)
3º) As circunstância não são uma barreira a atuação divina, entretanto Ele atua no momento oportuno (v.8-10)
4º) Se Jesus chorou, nós também não temos porque nos restringir de chorar diante de nossas adversidades. 
5º) No Grande Conflito, todos temos um papel a desempenhar, por mais insignificante que parece a nossa parte enquanto seres humanos. (v.39)
6º) Independente do que se faça, a gratidão deve ser o combustível de nossas ações (v.41)
7º) Sem perceber Caifás legítima a Missão de Jesus como Cordeiro de Deus. (v.50-52)
8º) O foco de Jesus estava no cumprimento da sua missão e por tanto ele não se exponha sem necessidade. E que nos faz refletir se as vezes não atraímos holofotes desnecessariamente. (v. 54)

Além das lições, conclui-se no presente capítulo o confronto dos líderes de Israel com Jesus nas seguintes abordagens:

1. Moisés e seus ensinamentos (7:1-8:11);
2. Abraão e sua filiação (8:12-59);
3. A filiação de Jesus (9:1-10:42);
4. O poder e autoridade de Cristo (11:1-12:11).

Agora, gostaria de mim ater a uma questão teológica presente neste capítulo, não de modo exaustivamente, mais apenas para ponderarmos a questão referente ao estado do homem na morte. (v.11-14, 39):

Vamos por partes:

Sem entra nos méritos da perspectiva de outros contextos como Egípcio que tem uma das maiores influências nessa temática, e no grego que bebeu da fonte egípcia e por sua vez deu de beber a outras civilizações e até a segmentos dentro do cristianismo. 

Acreditar na imortalidade da alma é invalidar a compreensão de ressurreição que por sua vez é dependente da crença na volta de Jesus. Partindo de uma perspectiva dos salvos, se ele morreu está lá porque razão ele haveria de ressuscitar? Como diz o autor Bacchiochi (2012, p. 75): "A esperança cristã se baseia não na imortalidade da alma, mas na ressurreição do corpo". E até as irmãs de Lázaro sabiam disso (v.24).

Sigamos apenas com uma menção a uma ideia de senso comum: "Se, como se acredita popularmente, a alma deixa o corpo na hora da morte e vai para o céu, então Lázaro teria muita coisa para contar a respeito da incrível experiência de passar quatro dias no paraíso". (Bacchiochi, p. 105) Mais ele não apenas tem nada para contar, como nenhum dos outros seis ressurretos. Nenhum deles relata uma "experiência céu". Será que o tempo não teria sido o suficiente para terem chegado até lá e tiveram seu trajeto interrompido por um retorno compulsório?

Para encerra gostaria de compartilhar duas razões pela qual o sono é uma metáfora apropriada para a morte segundo o Dr. Bacchiochi (p.108,109):

1º) Existe uma certa "semelhança entre o 'sono' dos mortos e o sono dos vivos. Ambos se caracterizam por uma condição de inconsciência e inatividade, que é interrompida pelo despertar".
2º) "O uso da metáfora do 'sono' inspira esperança na medida em que garante que haverá um despertar".

O próprio Lutero falando sobre esse assunto disse o seguinte: "Assim como alguém adormece e acorda de repente pela manhã sem ter a mínima noção do que lhe aconteceu, também ressurgiremos no último dia sem saber como ingressamos na morte e como dela nos retiremos".

E assim com li certa vez em algum lugar, algo mais ou menos assim: "Entre curar e ressuscitar, o que causa um maior impacto?" Se era um sinal que eles queriam sete sinais eles tiveram. E aqui encerram o estudo do capítulo de hoje com a exposição dos sete milagres de Jesus em João, nas palavras do Pr. Armí - "Os milagres de Cristo descritos por João são seletivos, com objetivos claros. São apenas sete milagres identificados por sinais:
1º) Jesus transformou abundantes águas em vinho melhor do que aquele que era servido antes de acabar no casamento (João 2);
2º) Jesus curou o filho do oficial romano estando longe desse filho (João 4);
3º) Jesus curou o paralítico de Betesda, sem tocá-lo (João 5);
4º) Jesus multiplicou pães e peixes para uma grande multidão (João 6:1-15);
5º) Jesus andou por sobre as águas e salvou Seus discípulos (João 6:16-21);
6º)Jesus curou um cego de nascença depois que ele se distanciou e lavou-se no tanque de Siloé (João 9);
7º) A ressurreição de Lázaro que esteve quatro dias morto (João 11).
O objetivo de João era mostrar milagres que Jesus fez sem tocar em quem precisava dEle. O único milagre citado por João em que Jesus tocou o necessitado é no caso do cego; contudo, o milagre só aconteceu quando ele se distanciou de Jesus obedecendo-O ao lavar seus olhos no tanque de Siloé.

Tudo isso está em harmonia com o propósito de João, que escreveu sobre Cristo quando já se havia passado mais de meio século que Ele subira ao Céu. Estando invisível entre as pessoas, João queria desenvolver a fé e estimular a crença cristã em seus leitores".

E até agora parece que ele tem alcançado o seu objetivo, porque neste capítulo também tem que se decidiu por Ele. (v. 42,45) E espero que você também creia ou continuei crendo se já tomou uma decisão.

Reynan Matos 
Teólogo

Comentário adicionais

Rosana Garcia Barros

"A diferente disposição de cada irmão fazia daquele lar um lugar aprazível. A prontidão de Marta, a bondade de Lázaro e a delicadeza de Maria compunham um cenário harmônico da mais pura atmosfera. Mas nem sempre fora assim. Aquele lar tornou-se o perfeito exemplo do que Jesus pode realizar quando as portas do coração se abrem para que Ele entre".

"Marta era uma workaholic, seus afazeres eram sua vida (Lc 10:40). Maria não tinha boa reputação (Lc 7:39). E, apesar de não haver nenhum outro relato sobre Lázaro ou como tornou-se amigo pessoal de Jesus, certamente sua vida era tão preciosa aos olhos de Cristo, que Ele não suportou a ideia de passar Seus últimos dias na Terra com a lembrança de um amigo morto. Três irmãos, três personalidades, mas unidos num só propósito: seguir a Jesus todos os dias de suas vidas".

"Jesus não chorou pela morte de Seu amigo. “Jesus chorou” (v.35) pela morte espiritual de Seu povo. Maior do que a pedra que lacrava o túmulo de Lázaro, era a dureza de coração da maioria dos judeus".

"Jesus ordena, hoje: “Tirai a pedra” (v.39). E não importa o quanto teus pecados cheirem mal! Aquele que devolveu a plenitude da vida a um corpo em estado de putrefação, pode te reavivar pelo poder que há em Sua Palavra!"

"perto está o dia em que Ele não chamará apenas um homem, mas todos “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts 4:16-17)".

Pr. Heber Toth Armí

"Para quem não quer crer, nem mesmo a ressurreição de defuntos é capaz de convencer".

Pr. Adolfo Suárez

Esse capítulo apresenta quatro ensinamentos muito oportunos:

1. Cristo não se atrasa ele espera o melhor momento para recompensar a nossa fé.
2. A morte não é o fim de tudo, é apenas uma pausa.
3. Jesus é sensível a nossa dor. 
4. Enquanto Cristo está preocupado em devolver a vida de quem a perdeu. Outro se preocupam em como tirar a sua vida. Entre essas preocupações qual tem sido a sua, conceder ou tirar vida? (adaptado por Reynan Matos).

Pr. Christopher Bullock 
Estados Unidos

"Jesus espera até Lázaro estar morto por quatro dias, para que não houvesse qualquer dúvida de que ele estava realmente morto. Assim não haveria qualquer dúvida de que Ele é a Ressurreição e a Vida".

"Pela fé, abra a lápide de seu coração hoje a este Grande Médico e receba a VIDA em abundância!"

Manual Bíblico de Halley (p.557)

"É provável que esse acontecimento tenha ocorrido cerca de um mês antes da morte do próprio Jesus. Foi a terceira ocasião em que ressuscitou alguém dentre os mortos (a filha de Jairo, Mc 5.21-43; o filho da viúva de Naim, Lc 7.11-17; e agora Lázaro), sendo que as três ocorrências seriam coroados pela morte e ressurreição de Jeus, que nunca mais morreria. Esse milagre foi o ensejo para o Sinédrio decidir matar Jesus (v.53). Jesus, portanto, retirou-se para a região montanhosa de Efraim, cerca de 20 km ao norte de Jerusalém, para aguardar a Páscoa no convívio reservado com os doze".