Pages

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Gênesis | Capítulo 4

Não é de hoje, que temos pessoas dispostas a adorar ao Senhor, apenas de acordo com sua vontade.

Vemos em Gênesis 3 que com a queda, Deus estabeleceu o rito do sacrifício do cordeiro, mas Caim não quis se submeter a isso. Desejou apenas oferecer o que era fruto do seu trabalho. E aqui encontramos a semente a "salvação pelas obras". 

Caim então fica irado com Deus. E assim como foi com ele, é com qualquer um até os dias de hoje: "[...] o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpri dominá-lo". (v.7)

Nem sempre os convites que recebemos, são para nosso benefício. E as vezes somos prejudicados até por aqueles que estão dentro da nossa casa.

Temos então mais uma celebre pergunta de Deus que se estende até nós hoje: "Onde está Abel, teu irmão?". (v. 9) E do mesmo modo como Caim respondeu, muitos tem respondido: "Acaso, sou eu guardador do meu irmão". (v.9)

E assim como se deu com as obras de Caim, é com as nossas até hoje. Não há nada que realizemos que passe desapercebido diante de Deus. 

Como é próprio de todo transgressor, Caim não da conta das consequências de suas ações. (v.13)

E mais uma vez a Graça se manifesta para com o errante: "pôs o Senhor um sinal em Caim para que o não ferisse de morte quem quer que o encontrasse". (v.15)

Da descendência de Caim, temos então o registro do primeiro bígamo, Lameque.

Sobre Caim poderíamos considerar que:

  1. Quiz desvirtuar a natureza da oferta determinada por Deus.
  2. Se deixou levar pela Ira.
  3. Seu semblante era compatível com o que se passava em seu coração.
  4. Tornou-se um assassino.
  5. Que gerou, outro assassino e adúltero.  

Com tudo Gênesis 4 termina contrário a sua narrativa de impiedade. E sim com o nascimento de Sete, aquele que teria uma descendência que invocaria o nome do Senhor.

Reynan Matos
Teólogo

COMENTÁRIO Bíblico Adventista do Sétimo Dia: Gênesis a Deuteronômio. Francis D. Nichol; Vanderlei Dorneles da Silva. 1. ed. Tatuí, SP: CPB - Casa Publicadora Brasileira, 2012. v. 1 .

V.1

"Quando Eva segurou seu primogênito nos braços, provavelmente se lembrou da promessa divina (Gn 3.15) e, acariciando a esperança de que ele fosse o libertador prometido, deu-lhe o nome de Qayin, "adquirido" (DTN, 31). Pobre esperança! Seu ávido anseio pelo rápido cumprimento da promessa do evangelho estava destinado a doloroso desapontamento. Mal sabia ela que aquela criança se tornaria o primeiro assassino do mundo". (p. 223)

V. 2

"Abel é sete vezes chamado irmão de Caim, o que parece enfatizar a hediondez do pecado de Caim". (p. 224)

V. 3

"O que tornou a oferta de Caim inaceitável a Deus? A contragosto, Caim reconhecia parcialmente as reivindicações de Deus sobre ele. Mas um espírito secreto de ressentimento e rebelião o levou a cumprir os reclamos divinos da forma que ele mesmo escolheu, em vez de seguir precisamente o plano estabelecido por Deus. Aparentemente ele obedeceu, mas a maneira em que o fez revelava um espírito desafiador. Caim pretendia se justificar por suas próprias obras, ganhar a salvação por seus méritos. Ele se recuou a reconhecer que era pecador e que precisava de um Salvador. Apresentou uma oferta que não expressava nenhum arrependimento pelo pecado - uma oferta sem sangue. E "sem derramamento de sangue não há remissão", pois "é o sangue que fará expiação pela alma" (Hb. 9.22; Lv 17.11; PP, 71,72)". (p. 224)

"Examinar bem o coração pode evitar que, como Caim, ofereçamos a Deus dons inúteis e inaceitáveis". (p. 225)

V. 4

"Deus não está tanto interessado no sacrifício quanto na pessoa que o apresenta". (p. 225)

V. 5

"Aparentemente não houve nenhuma tristeza pelo pecado, nenhum espírito de exame próprio, nenhuma oração por luz e perdão. O comportamento de Caim é típico de um pecador obstinado e impenitente cujo coração não se comove diante da correção e da reprovação, mas se torna ainda mais duro e rebelde. Caim não fez nenhuma tentativa de esconder sentimentos de desapontamento, insatisfação e ira. Sua face demonstrava seu ressentimento". (p. 225)

V. 6

"A rejeição da oferta de Caim não significava necessariamente a rejeição do próprio Caim". (p. 225)

V. 8

"A inimizade entre o bem e o mal, predita por Deus antes da expulsão do jardim , era vista então pela primeira vez em sua forma mais horrível". (p. 226)

"O crime de Caim revelou a verdadeira natureza de Satanás como 'homicida desdo o princípio' (Jo 8.44)". (p. 226)

"Ali já havia brotado o contraste de duas 'descendência' distintas dentro da raça humana, um contrate que tem se estendido ao londo de toda a história da humanidade". (p. 226)

V. 9. 

"A desobediência [de Caim] havia levado ao homicídio ao qual ele acrescentava a mentira e o desafio, pensando cegamente que poderia ocultar de Deus o seu crime". (p. 227) Ele tinha a quem puxar. parece um resumo das transgressões de Eva em Gên 3.

V. 10

"Sendo que a abordagem indireta e com tato não surtiu efeito, Deus prosseguiu, acusando Caim de seu crime. A pergunta 'Que fizeste?' evidenciava um perfeito conhecimento dos fatos". (p. 227)

"Contra toda a desumanidade do homem para com o homem, em todas as eras, o clamor de Abel ascende a Deus (Hb 11.4). Abel encontrou a morte na mão de um parente chegado. Da mesma forma, Jesus, vindo à terra como parente chegado da raça humana, foi rejeitado e entregue à morte por Seus irmãos". (p. 227)

V. 11

"Uma maldição divina já havia sido pronunciada sobre a serpente e a terra (3.14,17); agora, pela primeira vez, ela cai sobre o homem. [...] pelo fato de Caim ter usado mal os frutos da terra, deus não mais permitiria que ele ganhasse o sustento cultivando o solo. Alguém errante pela Terra (v.14,16) [...] um nômade, não pode ser um agricultor bem-sucedido". (p. 227)

V. 13

"Em vez de se arrepender, Caim reclamou da punição como sendo mais severa do que merecia". (p. 227)

V. 14

"Aquele que havia tirado a vida de seu irmão via nas outras pessoas seus executores em potencial". (p. 228)

V. 15

"Proteção especial lhe foi concedida, em harmonia com o princípio: 'A Mim Me pertence a vingança; Eu é que retribuirei, diz o Senhor' (Rm 12.19)". (p. 228)

"O joio precisa crescer junto como trigo. é preciso permitir que os frutos do pecado  alcancem a maturidade para que o caráter de sua semente possa ser manifesto. A vida de Caim e de seus descendestes devia ser uma demonstração do que o pecado faz nos seres racionais". (p. 228)

V. 17 

"É digno de nota que a primeira 'cidade' do mundo tenha sido fundada pelo primeiro assassino, um indivíduo perversamente impenitente cuja vida, completa e irremediavelmente dedicada ao mal, foi vivida em desafio a Deus. Foi alterado, assim, o plano de Deus de que o homem vivesse em meio à natureza, contemplando nela o poder do Criador. Muitos males atuais são resultados direto do agrupamento antinatural de seres humanos em grandes cidades, onde os piores instintos predominam e vícios de todos os tipos florescem". (p. 228-229)

V. 19

"Lameque foi o primeiro a perverter o casamento, tal como este fora estabelecido por Deus". (p. 229)