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sábado, 10 de novembro de 2018

Gênesis | Capítulo 29

A semelhança de sua mãe, Jacó se interessou por uma mulher que desfrutava da vida em atividade produtiva. E não por alguém que só se preocupava com o que era efémero. (v. 9)

O irmão de Rebeca, continua a viver a vida em correrias (Gn 24. 29), e não apenas isso permaneceu do mesmo jeito ao longo do tempo, sua ganância  também se mostraria evidente. (v. 13,25)

Raquel se igualava a Rebeca não apenas na disposição de viver uma vida útil, como também desfrutava de uma beleza singular, e por esse atributo, Jacó também se interessou. (v. 17)

De tal maneira que se diz pós a trabalhar sete anos, afim de poder pagar por ela o dote devido. (v. 15)

Claro que não apenas Labão, mais muitos parentes gostariam de poder desfrutar gratuitamente dos serviços de seus familiares. Contudo, aquele que é portador de uma consciência minima sabe que "não existem almoços grátis". 

O verso 20 é um grande exemplo a ser seguido por todos aqueles que buscam estabelecer um relacionamento conjugal. Por quanto tempo você estaria disposto a trabalhar com o intuito de alcançar o coração de quem se ama?

Como dito anteriormente a ganância de Labão se mostrou evidente ao enganar aquele que seria seu genro. Ser engando por natureza já desagradável, quando o engano então é oriundo do circulo familiar, o desconforto tende a ser potencializado. (v. 25)

Não obstante, temos que também considerar, que Jacó não era nenhuma criança, e ele não colheu um resultado muito distinto daquilo que ele mesmo havia semeado, e também dentro de seu circulo familiar. (Gn 27.18,19)

"Do mesmo modo como Jacó tinha passado por Esaú num momento sério, também Labão persuadiu a Lia no sentido de passar por Raquel, num instante não menos significativo (cf. Lc 6.38)". (Shedd, v. 23)

Embora não tivesse que ter esperado 7 anos a mais, para se casar com Raquel, ele precisou trabalhar 14 anos afim de desfrutar desse relacionamento. (v. 27,28)

A razão para que o mesmo se casasse só após uma semana é resultante dos casamentos usualmente durarem 7 dias. (Shedd, v. 27)

E mais uma vez nos depararemos então com uma anomalia familiar. Quando um homem estabelece relação conjugal com mais de uma mulher. Jacó se ver agora a semelhança de seus pais, no que diz respeito ao partidarismo. (v. 30)

Logo essa prática da poligamia, será duramente repreendida pela lei mosaica, e de modo especifico contra a poligamia como irmãs, conforme Lv 18.18. (Shedd, v. 27)

Deus fora benevolente para com Lia, a tornando fértil, porém isso não alterou os sentimentos de Jacó. (v. 32, 34) Por duas vezes, ela expressa esperança na maternidade para ganhar, o amor de seu marido, mas os sentimentos dele continua os mesmos. 

O falso fundamento de Lia para conquistar o amor de Jacó, deveria servir de lição a todos aqueles  que pensam em ter filhos, no intuito de melhora a relação. Se algo já está difícil com dois, imagine, com três, quatro ou cinco?

A despeito dos desacertos de Lia, por ocasião de seu relacionamento conjugal, dela proveio dois filhos importantes no cenário de Israel, Levi, e Judá. E o futuro desses dois personagens, deve ser um balsamo para aquele que nasceram em circunstâncias indesejáveis. Até mesmo porque, uma rejeição, parental ou amorosa, não implica em rejeição divina. E para Deus, não há indesejáveis, apesar dEle mesmo não ser aceito por todos. 

No capítulo de hoje vemos que:

1. Quem enxerga no Antigo Testamento, apenas uma desvalorização da mulher, não deve ter lido o verso 9 além de outras passagens ao longo da Bíblia hebraica.
2. Não podemos pautar nossas escolhas apenas em atributos internos ou externos. A balança tem que ser equilibrada. 😅😜
3. Aquilo que se planta, é mais cedo ou mais tarde colhido. (v. 25)
4. O verdadeiro amor é aquele que se constrói sobre o alicerce do trabalho. (v. 20,27,30)
5. Ainda que sejamos desprezado pelos nossos semelhantes, não havermos de também o ser por Deus. (v. 31) A menos que nós o desprezemos depois de conhecê-lo 

Reynan Matos
Teólogo
Bíblia Shedd

V. 14

Deve denotar nossa relação com Cristo, dentro de seu corpo que é a igreja. (cf. Ef 5.30)

Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia

V. 2

Curiosidade sobre o poço: "este poço era construído de maneira diferente daquele onde Eliézer encontrou Rebeca. Nesse, a água era tirada imediatamente de um poço aberto e despejada em cochos já dispostos para o gado, como na maioria dos poços do Oriente hoje em dia. Ao passo que, neste caso, o poço era fechado com uma pedra e não se faz menção alguma da necessidade de jarros e cochos". (CBASD, v. 1, p. 397)

V. 9

"O trabalho honesto, longe de ser descrédito, é honra, tanto para nobres quanto para humildes. Cada filho e filha deve aprender que o trabalho não é humilhante, mas que é um privilégio ajudar nas necessidades da família". (CBASD, v. 1, p. 397)

V. 13

"Se não tivesse contado a verdade, como ele poderia ter explicado sua evidente pobreza? Por que, sendo filho de pais ricos, chegaria a Harã a pé e sem presentes nem servos? Bem diferente havia sido, tanto tempo atrás, a chegada do servo de Abraão". (CBASD, v. 1, p. 398)

V. 15

"Labão cuidadosamente ocultou seu egoísmo sob a aparência de justiça e bondade. Para evitar todas as possíveis reivindicações por parte do sobrinho, propôs pagar-lhe o que pagaria a um servo comum". (CBASD, v. 1, p. 398)

V. 18

"A proposta de Jacó se baseava parcialmente no fato de não estar em condições de pagar o dote usual, e parcialmente no reconhecimento de que a situação em sua casa tornaria necessária uma estada bastante prolongada com Labão". (CBASD, v. 1, p. 398)

V. 20

"Por muitos que fossem os dias que deviam se passar antes que Raquel se tornasse sua esposa, transformaram-se em dias felizes por causa de seu amor por ela". (CBASD, v. 1, p. 398)

V. 21

"Embora as moças geralmente tivessem pouca influência na escolha do marido, o consentimento de Lia era necessário para que o plano vil tivesse êxito. Ela própria devia amar Jacó para ter concordado e cooperado com o plano de prejudicar tanto a irmã quanto o futuro marido, casando-se com alguém que não a queria nem a amava". (CBASD, v. 1, p. 398-399)

V. 25

"Em defesa própria, Labão citou uma exigência imaginária de um costume social local. Se esse realmente era o costume em Harã, como o era em outros países da Antiguidade, Labão devia tê-lo revelado a Jacó quando este se propôs trabalhar por Raquel. O voto de Jacó a Deus em Bete!, contudo, e seu anseio por Raquel o levaram a ficar com Labão em vez de repudiar o casamento, como poderia ter feito". (CBASD, v. 1, p. 399)

V. 27

"Labão sem dúvida estava ansioso para preservar seu bom nome mantendo a fraude oculta do público, já que todos os homens da cidade estavam presentes à celebração (ver v. 22). Seu comportamento revela apenas um motivo mesquinho após o outro. Embora desse pouco valor às afeições e à felicidade da filha, tinha grande apreciação pelas qualidades de Jacó como pastor. Forçado pela necessidade, Jacó concordou com a proposta. Assim, Labão recebeu 14 anos de serviço em vez de sete e, ao mesmo tempo, livrou-se do encargo de sustentar Lia que, de outra forma, talvez tivesse dificuldade para encontrar um casamento". (CBASD, v. 1, p. 399)

V. 28

"Labão lhe deu por mulher Raquel. Fica claro que Jacó não serviu outros sete anos antes de Raquel se tornar sua esposa. Isso ocorreu no final da semana de festejos de Lia. O ato de bigamia de Jacó não deve ser julgado por uma disposição posterior da lei mosaica que proibia o casamento com duas irmãs simultaneamente (Lv 18:18, ARC e NVI). Ao mesmo tempo, o duplo casamento de Jacó não pode ser justificado com base no argumento de que a bênção de Deus acabou fazendo disso o meio de multiplicar os descendentes do patriarca e, assim, cumprir a promessa divina. Deus simplesmente atuou a despeito dos erros humanos; esses erros não conseguiram frustrar o propósito divino (ver Sl 76: 10). A bigamia ocasionada pela fraude de Labão e pela afeição de Jacó trouxe atrito e pesar ao lar de ambos. Nessa escola de aflição, Jacó aprendeu que "o caminho do infiel é áspero" (Pv 13:15, NVI)O ciúme e a miséria que acompanharam esse casamento são um comentário sobre a injunção específica de Moisés contra o casamento de um homem com duas irmãs ao mesmo tempo (Lv 18:18, ARC e NVI)". (CBASD, v. 1, p. 399)

V. 30

"Jacó amava mais. Lia, cúmplice da cruel fraude de Labão, não conseguiu ganhar as afeições do marido. O resultado foi um lar onde prevaleceram a inveja, o ciúme e a contenda. Durante anos Jacó havia trabalhado e esperado pacientemente pelo dia em que teria um lar feliz com sua amada Raquel, somente para se ver sobrecarregado com duas esposas que viviam brigando (ver Gn 30:1 , 2, 8, 15). Bem diferentes foram os primeiros anos de vida matrimonial de seu pai !saque, sobre cujo lar não repousou a sombra da poligamia, com suas negativas consequências (24:67). A triste experiência de Jacó mostra a sabedoria  de Abraão ao proibir o regresso de Isaque à Mesopotâmia (24: 6)".  (CBASD, v. 1, p. 399)

V. 31

"O registro das relações de Jacó com Lia prova que ele não a "odiava" no sentido da palavra hoje em dia. Ele simplesmente sentia e demonstrava menos afeição por ela do que pela irmã.
A declaração "Amei a Jacó, mas aborreci ['odiei', KJV] a Esaú" (Ml 1:2, 3; Rm 9:13) deve ser entendida da mesma forma. Deus sentiu e manifestou um grau maior de afeição por Jacó e sua posteridade do que por Esaú e seus descendentes. Deus escolheu o primeiro para ser Seu canal especial de bênçãos para o mundo, de preferência ao outro, não arbitrariamente, mas por causa do caráter (ver Dt 7:6-8)". (CBASD, v. 1, p. 400)

V. 35

"Lia deve ter sido uma mulher piedosa, esposa devotada e uma mãe fiel. De acordo com o relato bíblico, ela mencionou o nome  de Yahweh em conexão com o nascimento de três de seus primeiros quatro filhos". (CBASD, v. 1, p. 400)

"Em contraste, a conversão de Raquel parece a princípio ter realizado pouco mais que uma mudança superficial. Conquanto externamente ela também tivesse aceitado a religião do marido, seu coração permanecia ligado aos velhos ídolos familiares ou, talvez, ela os tenha levado na tentativa de garantir a herança familiar (Gn 31 :19). Em várias ocasiões
a conduta dela está em nítido contraste com a de Lia, e parece refletir um espírito mais egoísta (ver 30:1-3, 8, 15). Não há dúvida de que a excelência de caráter de Lia, bem como sua sinceridade e piedade, acabaram ocasionando uma mudança na atitude de Jacó em relação a ela (ver 31:4, 14; 49:31)".(CBASD, v. 1, p. 401)