Uma das declarações mais claras na Bíblia, foi proferida por Salomão registrada no livro de Eclesiastes 1.9: "Não há nada de novo debaixo do sol".
Se atentarmos bem, a maioria das heresias ensinada por pretensos cristãos nos dias de hoje, assim como a dialética do ateísmo contemporâneo não passam de simples atualização verbal.
Certas palavras caem em desuso outros ocupam o significado das expressões extintas.
Digo isto para introduzir a temática do capítulo de hoje, que já no verso um, destaca a existência de pessoas que estavam tentando incorporara elementos tradicionais no processo da salvação.
As vezes parece uma realidade vivida só por nós, mais ao ler o capítulo 15 de Atos, nos damos conta que sempre a maioria da congregação fica feliz, a cada novo crente que chega (v.3), no entanto sempre existiu um grupo pequeno e em muitas ocasiões insignificante, de pessoas que alegam a imaturidade de tais conversões. (v.5)
E como sempre, tais pessoas almejam para os outros aquilo que na maioria dos casos eles não alcançaram nem para si.
Mais o que a igreja faz quando os agitadores se levanta? Aos moldes de um regime democrático, ela os esculta e promove um exame da situação. Observe o que diz o verso 6: "Então, se reuniram os apóstolos e os presbíteros para examinar a questão".
O dilema era promovido pelos cristãos que tinham vindo do farisaísmo, que estavam querendo atrelar a circuncisão a salvação. Para quem não está familiarizado com o termo "circuncisão", nos dias de hoje ela é conhecida como "Fimose" que, grosso modo nada mais é que um processo cirúrgico, onde se coloca um tipo de anel no órgão genital masculino, que só se faz necessário quando a criança é diagnosticada com excesso de pele, causando obstrução da glande pelo prepúcio.
Ou seja, uma orientação que tinha primariamente a função de assegurar a saúde do povo de Deus, os que haviam vindo da farisaísmo, queriam manter a prática, como componente para a Salvação.
Pedro então é o primeiro a falar durante o exame da questão. relembrando a todos o que lhe tinha ocorrido na cidade de Cesareia, na casa do Centurião. Onde por meio da visão do lençol em Atos 10, ficou claro que Deus não fazia acepção entre Judeus e Gentios. E no verso nove ele afirma que além de não haver distinção entre eles, o que os havia de purificar, não apenas a eles mais a todos que se tornariam cristãos é a Fé. Do mesmo modo como se dava a purificação no Antigo Testamento, como diz Paulo, pela fé Abraão creu e isso lhe foi imputado por justiça (Rm 4.3-6,9, 20-25; Gl 3.6-14; Hb 11.8; Tg 2.23). Pela fé diariamente os cordeiros eram sacrificados de que um dia O Cordeiro de Deus, se entregaria no grande sacrifício (Jo 1.29).
Então ouvimos de Pedro nessa grande reunião a primeira declaração do Novo Testamento, sobre o que se baseia a Salvação do homem. Verso 11: "Mas cremos que fomos salvos pela graça do Senhor Jesus". É um grande equívoco por parte de alguns cristãos acreditar que só então tal verdade foi percebida pelo povo de Deus. Não apenas no NT mais desde que Deus separou um povo Ele o fez pela graça. É só estudar com calma a história da queda de Adão, a razão pela qual Deus não destruiu também a Noé, e tantas outras passagens, em que a Graça não está implícita e sim VERDADEIRAMENTE exposta. Para quem desejar, ver, crer e se salvar. Sendo circuncidado ou não.
Logo após a fala de Pedro, temos Tiago que se levanta e faz duas colocações sobre a questão:
1. Que os maduros na fé, não devem servir nem de tropeço, e muito menos dificultar a jornada dos mais novos na fé (v.19)
2. Ele deixa claro sobre o que o recém converso não deveria se envolver como: Idólatria, sexo ilícito, a ingestão de carnes de animais sufocados, e do sangue. (v. 20).
Assunto esclarecido, os membros presentes nessa reunião escolhem enviar dois irmãos a mais com Paulo e Barnabé, com o intuito de tornar as igrejas conhecidas do consenso a que eles chegaram (v.22,31). Pois não concordava em nada com a postura de alguns, em apenas polemizar as situações e atormentar a vida dos irmãos. (.v24)
A leitura de hoje poderia encerra apenas de um modo agradável, porém nem tudo é flores, mais comecemos por elas.
Paulo e Barnabé, deixam uma grande lição aqueles que exercem liderança de igreja. Eles tomam a decisão de voltar e visitar todo mundo que havia tomado uma decisão por Cristo, a fim de saber como eles se encontravam. Na missiologia, nos chamamos isso de discipulado, e no mundo corporativo, mentoreamento. Ou seja, ao conduzir alguém a Cristo, a igreja também é encarregada de ajudá-los a permanecer firme em sua decisão. Mais alguns congregações para uma extensão do IBGE, que existe apenas para realizar os censos, e a igreja não surgiu com essa finalidade, ver anualmente como foi o movimento de entradas e saídas.
Sua finalidade é apresentar um Deus amoroso, e cuidador, e viver em seu próprio dia a dia essa realidade como manifestação desse poder.
Quando nos referimos aos espinhos é porque o capítulo é encerrado com o dessentimento de Paulo e Barnabé (v.39), entretanto essa desavença nos ensina algumas coisas:
1. Por mais intimo que sejamos de alguém, e nos relacionemos muito bem, nada impede que em algum momento descordemos.
2. Que nem sempre o fato de haver um desentendimento implica em um dos lados está errado. Em alguns assuntos são apenas formas diferentes de lhe dar com uma mesma situação.
3. O fato de alguém não ter se disposto a nos ajudar em um determinado momento não quer dizer que, nunca mais haverá uma oportunidade para atuarmos juntos.
Não sei com quem você se identifica nessa passagem
1. Os que vieram do farisaísmos, impondo sobre os outros uma carga desnecessária.
2. Pedro, que entende que para ser salvo dependemos exclusivamente da GRAÇA.
3. Ou com Tiago, que compreende a Graça, não apenas como instrumento de perdão de pecados, mais também como poder para vencer o pecado.
4. De repente você pode ser como Barnabé, alguém que não tem dificuldade em dar uma segunda chance.
5. Pode ainda ser que você seja como João Marcos, alguém que precisa de uma segunda chance.
6. Quem sabe você se identifica mesmo é com Paulo, alguém que tem dificuldade de conceder uma segunda chance.
Independente de quem com quem você se identifique eu gostaria de poder orar por você.
Reynan Matos
Teólogo
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