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domingo, 8 de abril de 2018

João | Capítulo 5

Estou a usar a imagem referente a cura do paralítico no tanque de betesda, por ser a descrição aparentemente mais conhecida do capítulo 5, todavia, ao estudar todo o capítulo percebemos que o tema central repousa sobre a missão de Jesus, como o "enviado de Deus".

Embora já tenha se passado quase 2.000 anos desde esse ocorrido, e por mais que sejam os avanços da ciência, medicina e tecnologia, a descrição do v.3 de uma multidão de enfermos, parece apresentar uma fotografia dos dias atuais.

Ao se deparar com alguém paralítico há trinta e oito anos (v.5). No v. 6 nos deparamos com a primeira, de inúmeras perguntas que ao primeiro instante parece um sarcasmo de Jesus: "Queres ser curado?".

E a reposta nos leva a uma reflexão tão profunda quanto a pergunta: "Não tenho ninguém que me coloque no tanque" (v.7). Não seria essa a resposta de muitas pessoas, que dia após dia, estão na igreja, ou a margem da igreja, vem as e ouvem notícias de que as águas foram agitadas, e ficam angustiadas por não saberem como, ou não terem forças, para conseguirem chegar até o tanque?

Essa expressão "Não tenho ninguém", é muito forte. Mesmo fora do contexto religioso, ela é um reflexo de um paradoxo no mundo da comunicação. Nunca tivemos tanta facilidade de nos comunicarmos uns com os outros, e nunca  fomos tão isolados uns dos outros.

Não apenas Jesus é visto em circunstâncias aparentemente contraditórias. Neste capítulos temos a postura de uma igreja (v.10), que está tão aficionada pelo cumprimento de seus ritos, que seus olhos estão fechados para os milagres de Deus.(v.9-13)

Sobre o verso 13 especificamente o manual de Halley (p.554) traz uma reflexão muito relevante: "O homem com quem Jesus falou não o via como o Médico dos médicos, mas estava concentrado nos tanques de onde poderia surgir a cura (v.13). Geralmente a fé em Jesus era essencial para a cura milagrosa; entretanto, de modo diferente do que fizera na cura do filho do oficial do rei [4.46-54], Jesus optou por curar um homem que nem sequer sabia quem ele era. O poder de Jesus pode transcender toda intervenção humana, conforme ele deixou claro aqui ao ensinar uma lição ao Sinédrio". 

Então nos deparamos com o calcanhar de Aquiles, dos pregadores da "graça barata" como dizia Bonhoeffer. Não existe recebimento da Graça, se não iniciou o processo de transformação. Digo processo porque entendo que a "Graça" é atuante não somente na "Justificação", mas de igual modo e medida é também na "Santificação" e "Glorificação". Agora observe um detalhe, neste caso, Jesus não falou da obediência logo após o milagre e sim em um segundo momento, o que pode ser uma lição aos seus discípulos nos dias de hoje. Mais sem sombra de dúvida é um ensino que em algum momento deve ser transmitido já que, "as consequências eternas do pecado são muito piores que as enfermidades físicas temporárias" (Halley, p.554). (v.14)

Dos versos 19-47, temos mais uma alusão como ocorre em capítulos anteriores da dinâmica entre as pessoas da Divindade, além de tratarem da questão da Salvação (v.24,39,40) e do Juízo (v.22,27,29,30).

E mais uma vez o capítulo é encerrado com o assunto da crença (v.44-47), e no verso 44 se destaca uma crença explicita no monoteísmo. 

Ainda repousa sobre o verso 44, o apelo para que diferente do que foi enfrentado por Jesus diante daquele pretenso povo de Deus, o abrir mão das glórias humanas, a fim de recebermos as Glórias que vem de Deus. Então, com qual das duas você ficará?  porque com certeza não pode ser as duas.

Reynan Matos
Teólogo

Comentários Adicionais 

Pr. Ronaldo de Oliveira

Esse tanque não pode ser de Deus por duas razões:

1º. Deus fica esperando as águas se agitarem, então manda um anjo tocar na água, para apenas quem chegar primeiro ser curado.
2º. O tanque isolava as pessoas, ninguém ajudava ninguém, porque todos só tinham olhos para a sua necessidade. Ninguém via o sofrimento do outro.

Mais a "Graça" não é concedida para quem chega primeiro, ou para quem é o melhor. E sim para quem chega, e independente de como chega. (adaptado por,Reynan Matos).

"Não somos medidos por aquilo que fazemos, mas pelo que cremos. E porque cremos fazemos". 

Só para pensarmos, já pensou no medo do paralítico, e se ele não fosse o primeiro a tocar na água, ainda que tivesse bem perto só para virar, correria o risco de morre afogado?

Jesus entra e ninguém olha para Ele, todos contemplam o deus água. É como no natal, ninguém da a vez para Jesus. E na Semana Santa, quem da a vez para Jesus? No Natal colocamos um papai noel, na Semana Santa um coelho, e de chocolate ainda. Ninguém olha para Jesus.

Aquele homem pensava não ter ninguém por ele (v.7), então Jesus se apresenta, Eu sou por você. (adaptado por Reynan Matos).

Rosana Garcia Barros

"Jesus, portanto, em momento algum, violou o sábado do Senhor, mas o sábado dos judeus".

"Não Se fez semelhante aos judeus para agradá-los, mas lhes mostrou a verdadeira essência da Lei de Deus: o amor. Pois “o amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor” (Rm 13:10)".

"todo o Antigo Testamento aponta para Cristo na certeza de que Ele é, sempre foi e sempre será o Centro de toda a Bíblia". (v. 39)

Pr. Heber Toth Armí.

Jesus supria as necessidades das pessoas antes de evangelizá-las. Observe este esboço:

Ao transformar água em vinho Jesus supriu necessidades materiais (João 2);
Ao lidar com Nicodemos e dizer da necessidade de nascer de novo, Jesus supria necessidades espirituais (João 3);
Ao lidar com os prazeres da mulher samaritana, Jesus supria necessidades emocionais (João 4);
Ao restaurar ao paralítico, Jesus supria necessidades de saúde (João 5);
Ao saciar a fome da multidão multiplicando pães e peixes, Jesus supria necessidades físicas (João 6).

pós essa visão geral, foque os detalhes de João 5, onde os milagres desse capítulo ensinam grandes lições de vida:

Warren W. Wiersbe destaca os seguintes pontos:

1. O milagre: A salvação pela graça (vs. 1-16);
2. A mensagem: Cristo é igual a Deus (vs. 17-47):

a) A tripla igualdade de Cristo com o Pai:

Em obras (vs. 17-21)
Em julgamento (v. 22)
Em honra (v. 23)

b) A tripla ressurreição:
A ressurreição do pecador morto hoje (vs. 24-27)
A ressurreição da vida (vs. 28-29a)
A ressurreição da condenação (v. 29b)

c) O triplo testemunho da divindade de Cristo:
João Batista (vs. 30-35)
As obras de Cristo (v. 36)
O Pai na Palavra (vs. 37-47)

Infelizmente, os líderes judeus “rejeitaram a Palavra (v. 38), não vieram a Ele (Jesus) (v. 40), não amaram a Deus (v. 42), não O receberam (v. 43), buscaram a glória dos homens, não a que vem de Deus (v. 44), e não escutaram Sua Palavra (v. 47). Não é de se espantar que não conseguissem crer e ser salvos!” (Wiersbe).

Sem um estilo de vida pautado pela Palavra toda pessoa está fadada à perdição eterna. Portanto, é imprescindível reavivar-nos pela Palavra.

Estudemos com mais afinco a Palavra de Deus!

Pr. Adolfo Suárez 

"Tudo leva a crer que a agitação da água era real, e pode ser explicada por fenômenos naturais. Varias fontes de Jerusalém são intermitentes, ou seja, a água jorra forte por um tempo, e depois diminui. Se o tanque de betesda era alimentado por uma dessas fontes, a pressão da água poderia alterar a calma da água no tanque alternadamente. Daí o motivo dos doentes esperarem o mover da água que ocorria de quando em quando".

"O problema é que no tanque de betesda, os mais fortes atropelavam os fracos, em sua ansiedade de chegar a água quando essa se agitava, e muitos morriam a beira do tanque. Assim quanto mais egoísta e quanto mais determinado e quanto mais forte fosse o individuo era mais provável que chegasse ao tanque primeiro do que os outros, os mais necessitados e frágeis tinham menos chances". 

Este milagre é o sinal, sinal que...

Jesus pode curar anos de sofrimento e angustia.
Jesus tem sensibilidade com os mais fracos.
Jesus é nossa melhor Esperança.

Você e eu somos frágeis e precisamos de Deus, e Ele quer nos ajudar, assim como ajudou o paralítico. Você aceita a ajuda de Deus?