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sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Gênesis | Capítulo 14

Essa é uma história que se passa no início do segundo milênio.

Por descumprir com a orientação do Senhor de Abrão se ver na obrigação de ajudar seu sobrinho Ló (v.14), que acabou se tornando prisioneiro de guerra, por uma luta que não precisaria ser a sua. Se ele não houvesse acompanhado o seu tio como vemos em Gên 13.

Uma ressalva importante que aparece nesse incidente de guerra (v.1-14), Abrão vai resgatar seu sobrinho não com todos os seus homens, mais apenas com 318 dos mais capazes. 

Atente que não é dos mais fortes, dos mais belos, dos mais prestigiados, e sim dos mais capazes. O que nos motiva a sermos sempre uma opção de alguém que também possa ser convocado pelo Senhor. Embora saibamos que Deus use a todos, Ele não usa todos para todas as coisas. E devemos buscar estar aptos como disse o apóstolo Paulo para toda boa obra. 

Tudo isso só antecipa os tristes resultados da escolha de Ló. E o mesmo pode ocorrer conosco diante dos desacertos que temos vividos ou possamos viver. Estejamos alertas para mudar a rota que temos seguido. (v.12)

Quanto a vitória de Abrão é provável que ela resulte de um falso senso de vitória presente no exército inimigo, levando a relaxar na vigilância. No combate contra o mal devemos viver como verdadeiros AA (alcoílicos anônimos) "Meu nome é ..., e sou alcoólico e estou sem beber há..."

Essa vitória foi tão importante que Paulo a menciona em Hb 11.34

Um personagem singular na narrativa bíblica, Melquisedeque. 

"É surpreendente encontrar entre os ímpios cananeus e amorreus do tempo de Abraão um governante local que não só era fiel ao verdadeiro Deus, mas também atuava no ofício sacerdotal (cf. Êx 2:16). Isso mostra que Deus ainda possuía alguns fiéis naquela terra. Embora em minoria, os verdadeiros servos de Deus de maneira alguma haviam sumido da face da Terra. Deus nunca ficou sem fiéis testemunhas, por mais escuro que fosse o período, ou por mais ímpias que fossem as pessoas que vivessem nele". (CBASD, p. 306)

Na Bíblia Shedd é dito que: "era rei e sacerdote e, portanto, tipo de Cristo. Ainda que ele seja mencionado apenas três vezes na Bíblia (neste texto, Sl 110 e Hb 5-7) e não aja registro de seus antepassados, nem de sua descendência, nisto é à semelhança de Cristo, como o Filho Eterno de Deus. Melquisedeque trouxe  pão e vinho" a Abrão, exatamente os elementos que foram adotados por Jesus no estabelecimento da Santa Ceia. 

"Esta é a primeira menção do dízimo, que é repetidamente reconhecido tanto no AT quanto no NT como um requisito divino (ver Gn 28:22; Lv 27:30-33; Nm 18:21-28; Ne 13: 12; Mt 23:23; Hb 7:8). O fato de Abraão dar o dízimo mostra claramente que essa instituição não foi um recurso posterior e temporário que devia sustentar o sistema sacrificai , mas uma prática divinamente instituída desde os tempos mais remotos. Devolvendo a Deus um décimo de sua renda, o crente reconhece que Deus é o dono de todas as suas propriedades. Abraão, de quem Deus testificou que havia guardado Seus mandamentos, estatutos e leis (Gn 26:5), cumpria conscienciosamente todos os seus deveres religiosos. Um deles foi devolver a Deus um décimo de sua renda. Nesse ato, o pai dos fiéis legou um exemplo para todos os que desejam servir a Deus e participar da bênção divina. Como nos dias do passado, ainda são válidas as promessas de Deus pela fidelidade nos dízimos (ver Ml 3: 10). Deus ainda está pronto a cumprir Suas promessas e a abençoar ricamente aqueles que, como Abraão, devolverem a Ele o dízimo fiel de sua renda". (CBASD, p. 306-307)

Melquisedeque significa "Rei de Justiça"
Jerusalém significa "Cidade de Paz"

Na Bíblia Shedd encontramos um tremendo contraste entre atitude de Abrão para com os reis de Sodoma e de Salém:

1. Diante do primeiro uma demonstração de dependência, e do para com o segundo de independência.
2. Diante do rei de Sodoma, um comportamento de igual para igual, enquanto diante de Melquisedeque, a admissão de inferioridade.
3. Para com o rei impio, dignidade, para o rei justo, humildade. 

"Tal intuição, Abrão poderia ter adquirido tão somente pela fé que é capaz de reconhecer a superioridade espiritual alguém, vislumbrar perigos iminentes e é capaz de oferecer resistência tenaz a pressões terríveis, tanto quanto mostrar-se tranquilo em face a uma provação especial". 

"Embora não se recusasse a aceitar presentes de monarcas pagãos (12:16), o patriarca, em marcante contraste com Ló, não podia consentir em partilhar da riqueza dos ímpios sodomitas". (CBASD, p. 307)

"Quando recusou para si os despojos oferecidos pelo rei de Sodoma, Abraão demonstrou uma esperança mais elevada do que a que motiva os filhos deste mundo. Ele estava pronto a abrir mão de seus próprios direitos, sem impedir que os outros exigissem os deles". (CBASD, p. 307)

"Ele estava focado num plano mais elevado e olhava para "uma pátria superior, isto é, celestial" (Hb 11:16). Portanto, ele era capaz de desprezar os bens terrenos. Embora estivesse
no mundo, suas esperanças e desejos não eram do mundo. Os filhos da fé são distinguidos por certa grandeza de mente e propósito que os capacita a viver acima do mundo". (CBASD, p. 307)

Reynan Matos
Teólogo

COMENTÁRIO Bíblico Adventista do Sétimo Dia: Gênesis a Deuteronômio. Francis D. Nichol; Vanderlei Dorneles da Silva. 1. ed. Tatuí, SP: CPB - Casa Publicadora Brasileira, 2012. v. 1 .

A primeira batalha se passa a uns 35 km a leste do mar da Galileia.

Emins, é um povo que é desapossado da terra pelos moabitas, Dt 2.10,11. De quem descende os moabitas? Isso mesmo Esaú. E mais tarde será designada para Rúbem Js 13.15,19.

Damasco ficava a 65 Km noroeste de Hobá. (v.15)