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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Gênesis | Capítulo 19

Para mim, esse capítulo muito se assemelha ao relato do capítulo 19 do livro de Juízes, e a semelhança não reside na divisão numerológica. E sim na atrocidade que o pecado consegue realizar por meio de uma humanidade corrompida.

É importante ressaltarmos com base na experiência de Ló que "um bom começo necessariamente não é nenhuma garantia quanto a um bom fim. Observem-se os casos de Balaão, Saul. Ló contava com as mesmas vantagens de Abraão, mas, parece que as riquezas deste mundo lhe eram de maior valor do que o 'país celestial', aquele cujo artífice e construtor é Deus (Hb 11.16)". (Shedd, v.1)

"Ló não impunha suficiente respeito". (Shedd, v.8)

"Um dos resultados da negligência de Ló verifica-se nos noivados inconvenientes de suas filhas". (Shedd, v. 14)

"Em alguns milagres, Deus usa de meios naturais para mostrar seu controle sobre toda a natureza, a todo o instante". (Shedd, v. 24)

"A situação da mulher de Ló indica a dureza de coração, consequente da incredulidade (17). A frase 'olhou para trás', em hebraico significa literalmente 'demorou-se', denotando serem os desejos relativos à luxúria perdida bem mais fortes do que o interesse que a salvação gratuitamente oferecida pelo Senhor lhe podia despertar. A mulher de Ló é tomada pelo Senhor jesus como exemplo para advertir-nos quanto à época da sua volta (ver Lc 17.28-33)". (Shedd, v. 26)

"É importante observar que a salvação de Ló foi devida à intercessão de Abraão. O capítulo 14 nos fala de Abraão recuperando-0 por meio de espada: o capítulo 18, mediante a intercessão". (Shedd, v. 29)

Em Ló encontramos não alguém que tinha tudo para dar certo. Porque ele já estava tudo certo, não fosse por uma escolha errada. E pela limitação de não buscar um opção diferente quando teve oportunidade (Gn 14), então ele perde definitivamente. Afinal, quando não levamos em consideração as consequências de nossas ações, a tendência é cada vez mais elas cobrarem um preço mais alto. Foi assim com Ló, e poderá ser com qualquer outro. Crendo ou não. 

Reynan Matos
Teólogo

Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia

V. 1

"A distância de Hebrom a Sodoma era de pelo menos 40 km ao longo de um território montanhoso, e a viagem levaria pelo menos sete ou oito horas". (CBASD, p. 336)

"Este, quando os viu, levantou-se. Reconhecendo que os homens eram forasteiros, Ló, como seu tio Abraão, imediatamente lhes ofereceu hospitalidade em sua própria casa. Ele não só os saudou como Abraão havia feito, mas sua oferta foi expressa em palavras semelhantes às do tio (ver Gn 18:2-5)". (CBASD, p. 336)

V. 2

"Passaremos a noite na praça. Os anjos haviam aceitado imediatamente a oferta de Abraão, mas pareciam relutantes em aceitar a de Ló. Estavam testando sua sinceridade, provando se seu convite era meramente uma formalidade vazia ou se constituía o sincero desejo do coração". (CBASD, p. 336)

"A consideração de Ló pelos outros se demonstrou o meio de sua própria salvação; ele manifestou um espírito que estava em marcante contraste com o dos homens de Sodoma (ver Mt 25:34-40)". (CBASD, p. 336)

V. 3

"Instou-lhes muito. Sabendo que Ló era um homem justo, mas não estando dispostos naquele momento a revelar a própria identidade, os anjos consentiram em se hospedar sob seu teto. Muitos séculos depois, da mesma forma, Cristo ocultou Sua identidade no caminho para Emaús, mas finalmente cedeu ao rogo dos dois discípulos (Lc 24:28-30)". (CBASD, p. 336)

V. 5

"A ênfase de Moisés de que tanto jovens quanto idosos estavam à porta da casa de Ló mostra claramente como era justificável que Deus trouxesse destruição sobre essas cidades (ver Gn 6:5, 11)". (CBASD, p. 337)

V. 8

Curiosidade: "A crença no solene dever da hospitalidade, tão altamente estimada entre as nações orientais, explica sua decisão, embora não a justifique. Aquele que acolhesse um estranho sob seu cuidado e proteção tinha o dever de defendê-lo, mesmo à custa da própria vida. Em alguns países do Oriente Médio, o dever da hospitalidade é ainda hoje considerado sob essa luz". (CBASD, p. 337)

V. 11

"Cegueira. Deus permitiu que Ló tentasse mudar os ímpios planos dos sodomitas a fim de que ele pudesse ser impressionado com a profundidade da depravação deles. Quando seus extremos esforços se demonstraram inúteis, os visitantes celestiais intervieram para proteger a Ló e a si mesmos do perigo. A palavra heb. traduzida por "cegueira" é usada apenas uma vez mais no AT (ver 2Rs 6:18-20). Em ambos os casos denota uma forma sobrenatural de cegueira". (CBASD, p. 337)

V. 18

"Assim não, Senhor meu! Em vez de cooperar alegremente com o plano de Deus para a preservação de sua vida, Ló abusou da grande misericórdia de Deus. Referindo-se à suposta impossibilidade de escapar para as montanhas, rogou permissão para se refugiar na pequena cidade vizinha
de Bela (Gn 14:2), mais tarde chamada Zoar, "pequena". Ló ainda estava relutante em deixar a comodidade e o luxo da vida na cidade em troca do que lhe parecia uma existência precária e incerta". (CBASD, p. 338-339)

V. 26

"simplesmente escapar da cidade não era suficiente; era necessário continuar obedecendo às instruções. A mulher de Ló olhou de volta para a cidade, onde estavam sua casa, suas posses e alguns de seus filhos. Nesse momento se recusou a deixá-los. Seu coração empedernido tornou a lembrança dessa mulher uma advertência perpétua para aqueles que gostariam de ser salvos, mas se contentam com meias medidas, que parecem abandonar o mundo, mas ainda estão com o coração nele. Por não perseverarem até o fim, não podem ser salvos (ver Mt 24:13; Fp 1:6). Fazemos bem em não nos esquecer da solene admoestação de nosso Senhor: "Lembrai-vos da mulher de Ló" (Lc 17:32). Mais firmeza da parte de Ló em dar ouvidos à ordem do anjo teria significado a salvação de sua esposa (PP, 160, 161). Os anjos a haviam forçado a sair da cidade, mas não podiam salvá-la contra sua vontade. Ela era por natureza uma pessoa irreligiosa, provavelmente uma nativa de Canaã (PP, 174). Preferiu morrer a deixar Sodoma. Lamenta-se sua sorte, apesar do benefício de seu exemplo". (CBASD, p. 340)

Curiosidade: "Estátua de sal. Não se sabe por quanto tempo a pilastra de sal que continha seu corpo permaneceu visível. Em alguns locais a praia sudoeste do Mar Morto apresenta formações de rochas de sal, algumas das quais se assemelham a figuras humanas. Os viajantes têm chamado uma ou outra delas de "a mulher de Ló". Mas tentar identificar qualquer delas dessa forma seria tolice". (CBASD, p. 340)

"Lembrou-se Deus de Abraão. Não sendo possível salvar as cidades pelas quais Abraão havia intercedido, o Senhor, não obstante, recompensou sua oração intercessória poupando os que estavam dispostos a sair dali. Por amor a Abraão, como é aqui declarado, a salvação foi oferecida à família de Ló". (CBASD, p. 340)

V. 36

"Ló tinha conseguido proteger as filhas de se tornarem vítimas dos sodomitas (ver v. 8), mas não tinha tido tanto sucesso em fixar-lhes no coração os princípios do que é certo". (CBASD, p. 340)

"Ló participou do pecado delas. Ele foi responsável pelas circunstâncias que as levaram ao pecado e também foi responsável por ter bebido o vinho que elas colocaram diante dele (ver com. de Gn 9:21). O preço que Ló pagou por alguns anos em Sodoma foi a perda de toda a família. Os vis e idólatras moabitas e amonitas foram sua única posteridade". (CBASD, p. 340)