Gênesis 2 tratada da continuação do relato da criação, acrescido de detalhes do que já se havia narrado, do seguinte modo:
- A descrição da criação do Sétimo dia e suas peculiaridades.
- A obstrução de uma única árvore.
- O estabelecimento do Jardim do Éden.
- Os detalhes da criação da mulher.
Começando pelo fim, consideremos o descanso divino: "O descanso de Deus não foi resultado nem de exaustão nem de fadiga, mas uma cessação de Sua ocupação prévia". (CBADSD, v.1, p. 202)
Quando a bênção e a santificação: "Consistiu numa declaração de que o dia foi santo, ou separado para propósitos santos". (CBADSD, v.1, p. 203) como se deu com:
- O monte Sinais (Êxo 19.23)
- Arão e seus filhos (Êxo. 29.44)
- O ano do Jubileu (Lv. 25.10)
- Os dízimos e assim por diante.
O sábado semanal é o memorial da criação
"Houvesse o sábado sempre sido observado de maneira sagrada, e nunca poderia ter havido um ateu ou idólatra". (Patriarcas e Profetas, p. 336)
Alguns fazem uma certa confusão entre as narrativas do capítulo 1 e 2 de Gênesis, por desconsiderar o propósito do escritor em colocar Adão e Eva no jardim, com informações adicionais. Elucidando o que vira no capítulo três do mesmo livro.
Como que uma orquestra que aguardar o seu regente, assim é a criação antes da chegada do casal edênico.
Apesar desse regente de sua origem material no pó da terra. "O fato de o homem ser composto por materiais derivados do solo, elementos da terra, é confirmado pela ciência e a decomposição do corpo humano após a morte dá testemunho disso". (CBADSD, v.1, p. 205)
Uma curiosidade, o uso do termo paraíso, comumente usado para se referir ao jardim do éden tem origem persa e significa "parque", e foi primeiramente aplicado pelo tradutores da LXX. (CBADSD, v.1, p. 206)
Assim "o Éden passou a representar, para sempre, o mais elevado conceito que o homem pode ter de excelência terrena". (CBADSD, v.1, p. 206)
O contraste entre duas árvores:
- Enquanto o consumo de uma resultava em vida eterna.
- O consumo da outra resultaria em morte eterna.
Não deixemos de lado "o artigo definido 'o' antes da palavra 'conhecimento' [significando] que a árvore não podia fornecer todo e qualquer tipo de conhecimento, mas apenas certo tipo: o triste conhecimento do 'mal', em contraste com 'bem'". (CBADSD, v.1, p. 206-207)
Ambas ligadas a conceitos abstratos:
- Vida
- Conhecimento
- A arca da aliança
- Sangue de Jesus
Que também possuíam propósitos abstratos e espirituais.
Sobre as responsabilidades confiadas ao homem no verso 15: "Essa ordem indica que a perfeição com que a criação saiu das mãos de Deus não exclui a necessidade de cultivo, isto é, de trabalho humano. O ser humano tinha de usar suas faculdades físicas e mentais para preservar o jardim no mesmo estado perfeito em que o havia recebido. O fato de o trabalho físico ser uma aspecto agradável da vida na nova Terra (Isa. 65.21-23) indica que o trabalho não tinha o propósito de ser uma maldição". (CBADSD, v.1, p. 207)
Quanto a "comissão dada a Adão de 'guardar' o jardim talvez seja uma sugestão de que havia perigos que ameaçavam roubar-lhe esse jardim se ele não ficasse vigilante". (CBADSD, v.1, p. 207)
No verso 16, temos que considerar o aspecto positivo das ordenanças divinas.
"Não teria sido ilógico que [Deus] reservasse para Si uma grande porção da Terra e que permitisse a Adão o uso de apenas uma pequena parte dela. Mas não: o homem podia usar livremente tudo o que estava no jardim - exceto uma árvore. Evidentemente não havia nenhum outro propósito no ato de se abster de comer do fruto da árvore, a não ser o de dar uma prova clara da lealdade a Deus". (CBADSD, v.1, p. 208)
Outro grande equivoco assimilado por alguns é incompreensão dos conceitos de 'sentença' e 'execução'.
Ao transgredir o homem simplesmente trocou uma certeza por outra. Abriu mão da imortalidade condicional, para o status de mortalidade incondicional. (CBADSD, v.1, p. 208)
"Mais do que morte física imediata. Deus exigiu que o homem fizesse uma escolha de princípios". (CBADSD, v.1, p. 208) E o mesmo se esperar de cada ser humano hoje.
No verso 18, encontramos um alerta para um mal tão recorrente em nossos dias. A solidão é prejudicial ao bem-estar do ser humano.
A inaptidão dos animais para estabelecer um companheirismo com Adão, "indica a participação igual que a mulher deveria desfrutar com o homem". (CBADSD, v.1, p. 209)
A mulher então "foi formada para ter uma unidade inseparável e um companheirismo por toda a vida com o homem, e o modo de sua criação devia lançar o alicerce para a ordenança moral do matrimônio". (CBADSD, v.1, p. 210)
Isto posto, observemos atentamente. Qual a condição do homem por ocasião da criação da mulher? dormindo. Então porque você vive dando dicas a Deus, de como deve ser a sua parceira. Se Deus não deu oportunidade a Adão de opinar antes do pecado, o que te faz pensar que você está em condições melhores que Adão para saber que mulher é melhor para você? e vice-versa.
Agora imaginemos esse casamento, Deus trazendo sua filha, apresentando a Adão, e os abençoando em seu altar. (v.22, E lha trouxe).
Sobre o verso 24 temos que pontuar dois aspectos:
- Estas palavras expressam a mais profunda unidade física e espiritual de um homem e uma mulher, e exaltam a monogamia e hétero-sexualidade diante do mundo como a forma de casamento ordenada por Deus.
- Não recomenda um abandono do dever filial e do respeito com o pai e a mãe, mas se refere primariamente ao fato de que a esposa de um homem deve estar em primeiro lugar em suas afeições e de que seu primeiro dever é para com ela. Seu amor a ela deve exceder, mas certamente não substituir, o apropriado amor aos pais.
E no Verso 25 é dito que: "estavam nus". Ou seja, despojados de qualquer necessidade material, porque tudo lhes havia providenciado o Senhor. E o mesmo se dará na nova terra, para onde estamos caminhando.
Reynan Matos
Teólogo