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segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Gênesis | Capítulo 24

O capítulo de hoje é extremamente importante para mim, porque a nova personagem da história dos filhos de Deus, é a inspiração para o nome da minha filha. 

Rebeca, uma jovem que se destaca por sua formosura, virgindade, disposição em atender aos necessitados em tempo hábil, e sobre tudo uma mulher de poucas palavras, ou precisa no que tinha que ser dito.  

O capítulo 24 de Gênesis se destaca por palavras que deveriam fazer parte de todo preparo pré-nupcial: Promessa (v.3); Oração (v. 12,26,52,63); Cautelá (v.6); Prontidão (v.18); Adoração (v.26,27); Bênção (v.60).

Ao que tudo indica, a família de Rebeca, não era constituída de pessoas morosas, porque ela está correndo, ou em movimento em quase todo o capítulo e seu irmão não fica atrás. (v. 18, 20, 28,29).

O servo de Abraão, entretanto deixa-nos uma grande lição sobre a importância do dever antes, dos benefícios. (v. 33, 54). Além do que "sua manifesta diligência testifica que a confiança que Abraão depositava nele era plenamente justificada". (CBASD, v. 1, p. 370) E que sua atitude deveria ser imitada por aqueles a quem foram confiadas verdades eternas, a serem anunciadas a um mundo que caminha para o seu fim.  

Podemos também constatar que Deus não atende prontamente a oração dos mais destacados entre o seu povo, como no caso do Patriarca Abraão, Ele também atende de igual modo aos seus servos. (v. 45)

Não podemos deixar de mencionar que assim como Abraão que não se demorava na cama, como resultado de uma vida doentia ou ociosa, o seus servos viviam do mesmo modo. E de madrugada já estavam dispostos a seguir com os planos da vida. (v. 54)

E os servos de Abraão não apenas estavam dispostos a cumprirem com o serviço, assim como tinham a mesma disposição do seu senhor, para adorarem a "El Olam" (Deus da Eternidade). (v. 26,27, 48,) 

Assim como se dava a intimidade de Abraão e seus servos, era com a casa de Rebeca, que viviam resguardados pela Palavra de Deus. (v. 51)

Contudo temos que destacar, que o modelo de família patriarcal, não deve ser tomado como tem sido amplamente apresentado por uma agenda feminista, como se tal modelo, desqualificasse a mulher. É verdade que isso seja presente em determinados contextos familiares, mais o problema não reside no modelo em si, e sim no patriarca, já que no caso de Rebeca, na palavra final ela que disse se iria ou não atender a esse chamado. (v.58) Ao que ela de imediato respondeu positivamente, o que não poderia ser de outro modo dado a sua intimidade com Deus. 

Toda essa história é uma grande lição aos filhos de Deus de todas as épocas, que o julgo desigual não é um assunto de pequena importância. Esse não é um tema apenas da igreja dos dias atuais, muito menos da igreja primitiva, mais está na origem do povo de Deus. (v. 3)

Isso tudo se dá a três anos após a morte de Sara. E "o servo não é chamado pelo nome, aqui, mas usualmente é admitido que seja Eliezer (15.2). O juramento descrito tem sido designado como 'juramento pela posteridade', que significa a vingança relativamente a qual quer transgressão do juramento exercida pelos descendentes que procedessem de sua coxa". (Shedd,v. 2) E essa viagem por ele realizada consistiu de praticamente 800 km.

Deixando tudo isso de lado, a maior verdade deste capítulo é sua tipologia com a Grande Comissão (adaptado da Bíblia Shedd, 24.67)

1. O propósito do Pai: procurar uma noiva para o filho (cf. Mt 22.2)
2. A posição do Filho: Unidade com o pensamento do seu pai, onde todos os seus propósitos se cumprem (cf. Ef 1.20-22).
3. A preocupação da noiva: Razão desses propósitos (cf. Ef 1.4)
4. A missão do servo: Anunciar o propósito do Pai, tornar conhecido a pessoa do Filho, e persuadir a noiva a ficar com o Noivo (Jo 16.14-15)
5.  O poder da mensagem: Está na pronta aceitação de Rebeca (cf. Jo 12.32 e Rm 1.16)

Reynan Matos
Teólogo

Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia

V. 3

Embora Abraão só venha a morrer uns 35 anos após o ocorrido, é possível que a morte de Sara tenha lhe dado um certo sendo de urgência. 

"Dos cananeus. Cônscio da crescente licenciosidade e idolatria dos cananeus, e de sua iminente destruição, Abraão desejava preservar a pureza da descendência prometida. Sua própria experiência com Agar bem como as experiências de Ló e Ismael haviam lhe ensinado o perigo de alianças com pessoas de formação pagã (PP, 174). Além disso, Deus já havia proibido os casamentos mistos com os cananeus, proibição que mais tarde foi incorporada à legislação mosaica (Êx 34:16; Dt 7:3)". (CBASD, v. 1, p. 367)

V. 7

"Enviará o Seu anjo. Essa terna expressão de confiança na direção divina revela a permanente convicção de Abraão de que ele e seus assuntos estavam sob a direção e proteção de Deus. A mesma certeza da direção divina dada a Eliézer foi mais tarde prometida ao povo de Israel (Êx 23:20) e à igreja cristã (Hb 1:14)". (CBASD, v. 1, p. 367)

V. 12

"Ó SENHOR, Deus. Havendo sido criado na religião de seu senhor, e sendo, ele próprio, um firme crente no verdadeiro Deus, Eliézer silenciosamente orou por sabedoria,
direção e sucesso. Esse servo de oração é um exemplo encorajador dos frutos do cuidado de Abraão pelas pessoas de sua casa (Gn 18:19). Essa oração, que é a primeira registrada na Bíblia, expressa fé infantil. Eliézer estava ciente da grande responsabilidade de voltar com uma mulher que trouxesse bênção e não maldição à casa de seu senhor, e que fosse uma apoiadora idônea para seu marido, e não alguém que contribuísse para sua ruína. Portanto, pediu um sinal que o guiasse em sua escolha. Uma vez que não era tarefa fácil tirar água suficiente para dez camelos sedentos, a condição proposta significava um verdadeiro teste de caráter. Eliézer desejava estar seguro de que a mulher que levaria até Abraão fosse naturalmente amável, pronta a ajudar e capaz de trabalhar". (CBASD, v. 1, p. 369)

V. 16

"Mui formosa. Moisés descreve Rebeca para seus leitores imediatamente após o aparecimento dela na narrativa. Como Sara (Gn 12:11) e Raquel (29:17), Rebeca era muito atraente. Sua virgindade é também enfatizada por repetição. Esta era verdadeiramente uma virtude importante para aquela que se tornaria a mãe de toda uma nação". (CBASD, v. 1, p. 369)

V. 19

"Água também para os teus camelos. Rebeca, a quem havia sido solicitado apenas um gole de água para um cansado viajante, imediatamente manifestou sua disposição amável. Seu oferecimento de tirar água para os camelos foi voluntário e não obedecia a um costume. Demonstrava um genuíno desejo de ajudar a quem precisasse. Não se deve esquecer, contudo, que sua amabilidade foi utilizada na providência de Deus como evidência de que Ele a havia escolhido para ser a esposa de !saque. O oferecimento feito por ela só poderia ser a resposta plena à oração de Eliézer se viesse como um reflexo natural de seu caráter". (CBASD, v. 1, p. 369)

V. 21

Esse verso é um caso clássico da fé limitada que muitas vezes os filhos de Deus desfrutam, tem fé para orar, contudo, a fé se esvai ao contemplar mutias vezes a resposta. (cf. At 12.12-17)

V. 22

Curiosidade: "Um pendente de ouro. Deve-se notar que este presente não era o dote de Rebeca, mas um sinal de gratidão da parte de Eliézer. Embora suspeitasse que ela se tornaria a esposa de Isaque, Eliézer ainda nem tinha conhecimento de seu nome, muito menos de sua relação familiar com Abraão. A palavra traduzida como "pendente" vem do heb. nezem, um anel para o nariz. Desde tempos antigos as mulheres beduínas têm usado anéis nasais, na cartilagem de uma das laterais ou na parede central do nariz (ver Is 3:21; Ez 16:11, 12). Entre os beduínos o anel nasal ainda é o anel de noivado costumeiro. O anel de ouro provavelmente pesava cerca de 6 g e os dois braceletes de ouro, entre 11 O e 140 g. O valor somado das joias seria cerca
de lO mil dólares. Não é de admirar que Labão ficasse surpreso (v. 30)!" (CBASD, v. 1, p. 369-370)

V. 25

"A hospitalidade parece ter sido a prática comum no lar de Rebeca; do contrário, ela não teria se sentido na liberdade de convidar um estranho para ficar com eles". (CBASD, v. 1, p. 370)

V. 26

O servo de Abraão coloca por terra o ditado que diz que "santo de casa não faz milagre": "Então, se inclinou. O fiel servo de Abraão não só orava por ajuda, mas também expressava gratidão ao recebê-la. Ele deu a Deus a glória pelo sucesso de sua missão. Eliézer é um exemplo notável do valor da religião familiar. Abraão nunca havia considerado sua religião meramente como costume particular, mas a havia vivido e ensinado (Gn 18:19), tornando os membros de sua vasta família participantes nos requisitos e privilégios da aliança divina (17:23). Eles haviam sido levados a crer no verdadeiro Deus e a imitar o exemplo de fidelidade de Abraão. As duas orações de Eliézer no poço da cidade de Naor evidenciam o valor do testemunho no lar". (CBASD, v. 1, p. 370)

V. 28

Curiosidade: "Da casa de sua mãe. Várias explicações têm sido dadas para o fato de Rebeca ter ido para a "casa de sua mãe" e não para a de seu pai: (l) Sua mãe era a cabeça da família. Isso não pode ser correto porque os homens da família decidiram o assunto (v. 31, 50-59). (2) O pai dela, Betuel, já havia morrido, e a pessoa com esse nome no v. 50 era um irmão mais novo. (3) Em muitos países orientais as mulheres têm residências separadas, e Rebeca naturalmente foi ali primeiro para contar sua experiência. (4) A expressão "casa de sua mãe" na verdade significa "casa de sua avó", segundo um costume semita comum pelo qual uma avó pode ser chamada de mãe. Uma vez que a avó de Rebeca, Milca, é mencionada repetidamente (v. 15, 24, 47), enquanto que a mãe não é mencionada nem uma vez, é possível que a última já tivesse morrido. Assim, talvez Rebeca residisse com a avó Milca, que, sendo viúva, tinha uma residência separada. A terceira sugestão parece ser a melhor explicação". (CBASD, v. 1, p. 370)

V. 50

"Uma vez que o Senhor já havia decidido o assunto, contudo, eles não tinham outra alternativa senão cooperar". (CBASD, v. 1, p. 372)

V. 52

"Prostrou-se em terra diante do SENHOR. Esta é a terceira oração de Eliézer durante sua breve estada na cidade de Naor (ver v. 12, 26). Cada acontecimento da vida parecia ser para ele um motivo de oração - para pedir direção ou para agradecer. Pode se confiar num homem que confia em Deus. Todo crente será melhor sucedido se, como Eliézer, reconhecer a mão de Deus em tudo que faz". (CBASD, v. 1, p. 372)

V. 54

Vemos que com certeza, além do costume a natureza da filha que estava para partir trouxer certo pesar, eles sentiram isso. 

V. 56

"Não me detenhais. A insistência de Eliézer e a consideração que tinham por Rebeca levaram Labão a deixar a decisão com ela. Estaria ela disposta a se privar do prazer de alguns dias a mais no lar de sua infância, a fim de agradar o futuro marido e o futuro sogro? Sua resposta pronta e voluntária reflete maturidade de opinião, um espírito abnegado e reconhecimento de que dali em diante seu desejo devia ser para seu marido". (CBASD, v. 1, p. 372)

V. 62

"O evento ocorreu no poço que Agar havia batizado de Laai-Roi (Gn 16:14), no Neguebe, ao sul de Berseba (ver com. de Gn 12:9)". (CBASD, v. 1, p. 372)

V. 63

"Sua futura felicidade dependeria em grande medida do tipo de esposa que Eliézer trouxesse consigo. Seria de fato apropriado que Isaque se ajoelhasse e orasse pela bênção de Deus sobre seu novo lar. Maridos e esposas cuja união se dá em resposta à oração se tornam uma grande bênção um para o outro". (CBASD, v. 1, p. 372-373)

V. 64,65

"sua modéstia foi revelada ainda de outra forma. Para encontrar seu futuro marido pela primeira vez, ela escolheu descer do camelo". (CBASD, v. 1, p. 373)

Curiosidade: E lá como aqui "Rebeca estava aguardando ansiosamente para saudar Isaque, mas o costume de seu país não permitia que o noivo visse a face da noiva até o casamento ter sido concluído (ver Gn 29:23, 25)". (CBASD, v. 1, p. 373)

V.66

"É fácil pensar que essa ocasião foi solenizada por Abraão num culto de ação de graças". (CBASD, v. 1, p. 373)

V. 67

"Isso implica que Rebeca assumiu o importante papel de Sara no lar de Abraão. A cerimônia de casamento de Isaque provavelmente consistiu de uma declaração simples, diante de testemunhas, de sua intenção de tomar Rebeca como sua esposa (cf. Rt 4:10-13)". (CBASD, v. 1, p. 373)

"Ele a amou. Isaque tinha todas as razões para amar Rebeca. Ela não só era muito bela (v. 16), mas tinha uma disposição amável, alegre e delicada. Ela deve ter sido, falando de maneira geral, um modelo de virtude feminina (ver Pv 31:10-31; lPe 3:1-6; Tt 2:3-5). A cuidadosa educação de Isaque e seu espírito submisso já foram mencionados (ver com. de Gn 22:9). O lar deles deve ter sido
muito feliz.