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terça-feira, 6 de novembro de 2018

Gênesis | Capítulo 25


Um casamento feliz foi narrado em 67 versos (Gn 24). E a metade foi dedicado para contar sobre: os novo casamento de Abraão, sobre sua morte, sobre a descendência de Ismael e Isaque, além do descaso de Esaú pela primogenitura. 

Sobre a morte de Abraão, é enfatizado o fato dele ter morrido em ditosa velhice. (v. 8) E que em seu funeral se fizeram presente os dois irmãos,Isaque e Ismael (v. 9). O que fica evidente que, não é de hoje que a morte tende a unir os vivos. 

Dois fatos deveriam chamar a atenção de quem pretende se casar a parir da experiência de Isaque: 

1. Você tem idade apropriada  para assumir esse compromisso? (v. 20)
2. A semelhança de seu pai, ele confiava a Deus todos os detalhes de sua vida, através de uma vida de oração. (v. 21)

Em seu questionamento ao Senhor, Rebeca recebe uma profecia onde o mais novo ira dominar sobre o mais velho. (v. 22,23)

A pesar das circunstâncias favoráveis em que se constituiu o casamento de Isaque e Rebeca, nem tudo foi flores em seu relacionamento, e o maior impasse de sua relação só foi resolvido 19 anos após estarem casados com o nascimento dos gêmeos, Esaú e Jacó. (v. 24-26) É no mínimo curiosos que Isaque tem que ter esperado tanto quanto seu pai, para ver sua descendência.  

Outro aspecto que devemos chamar atenção é que, embora ele não tenha se emaranhado pelo erro do pai, afim de intervir nos propósitos divinos. Eles, Isaque e Rebeca, erram no partidarismo para com os filhos. O que nos mostra, que eram de fato pessoas como nós, e que se como eles somos capazes de cometer os mesmos erros, também temos os mesmos recursos para acertar como eles, e de ir até mais além, já que dispomos de mais informações que eles.  

"Mostrar preferência a um filho sobre o outro inevitavelmente gera ciúmes, divisão, amargura e inimizade". (CBASD, v. 1, p. 379) 

E por fim o capítulo é encerrado com a descrição de como Esaú desprezou a sua primogenitura. E como o assunto da alimentação está intimamente ligado com nossa vida espiritual.  

"O direito de primogenitura tinha referência a certos privilégios ao filho mais velho (Shedd, v.31):

1. Porção dobrada dos haveres paternos, depois da morte deste.
2. Direito de exercer o sacerdócio sobre a família. 

Em relação à família de Abraão, a primogenitura incluía mais este direito;

3. Ficar na linha genealógica direta do Salvador por vir.

Curiosidades: Os netos de Abraão tinham 15 anos quando ele morreu.

Agora ponderemos algumas lições de acordo com a experiência de Esaú (Shedd):

1. A fé é a coisa principal na existência, pois é ela que torna certo o cumprimento da promessa divina (cf Hb 12.16-17).
2. A necessidade de submeter-se a carne ao espírito, as coisas temporais às eternas e o que pertence a este mundo a Deus (1 Co 9.27)
3. A inutilidade do remorso por se desprezar a bênção divina (Hb 12.17)

Reynan Matos
Teólogo

Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia

V. 1

Curiosidade: "Jocsã, Medã, Midiã. Embora nada se saiba sobre os primeiros dois filhos, a não ser seus nomes, a tribo de Midiã aparece com frequência tanto na Bíblia quanto em inscrições antigas. Essa tribo se estabeleceu no norte da península do Sinai e no noroeste da Arábia, do outro lado do golfo de Áqaba. Mais tarde, Moisés achou refúgio entre eles, na casa de Jetro, que adorava o verdadeiro Deus (Êx 2:15; 3:1; 18:1-6). Durante o tempo dos juízes, os midianitas atacaram repetidamente o povo de Israel (Jz 6 a 8)". (CBASD, v. 1, p. 375)

V. 6

"O envio desses outros filhos "para a terra oriental" enquanto ele ainda era vivo foi uma precaução contra contendas depois de sua morte, particularmente com respeito ao direito de Isaque à terra de Canaã". (CBASD, v. 1, p. 375)

V. 13

"Nebaiote; depois, Quedar. Estes também são mencionados juntos em Isaías 60:7. O nome de Quedar, sozinho, aparece em diversas passagens bíblicas (Is 21:16; Ez 27:21), identificando sua posteridade como uma tribo árabe". (CBASD, v. 1, p. 376)

V. 15

Curiosidade: "Tema. É mencionado também em J ó 6:19 (Temá); Isaías 21:14; e Jeremias 25:23. Deu
origem à moderna cidade de Teima, no noroeste da Arábia. Nos tempos antigos ela foi um importante centro de comércio e se tornou, por alguns anos, a residência do rei babilônico Nabonido, pai de Belsazar". (CBASD, v. 1, p. 376)

"Jetur, Nafis. Encontrados em 1 Crônicas 5:19 lutando contra as tribos transjordânicas de Gade, Manassés e Rúben. É provável que o nome ltureia, mencionado em Lucas 3:1 como uma região ao sul do monte Hermom, seja derivado de Jetur". (CBASD, v. 1, p. 376)

V. 19

"As gerações de lsaque. Moisés volta ao principal tema de sua narrativa, a história do povo escolhido. Alguns dos acontecimentos descritos nos versos subsequentes ocorreram durante a vida de Abraão. Uma vez que Abraão viveu até os 175 anos (Gn 25:7) e estava com 100 quando !saque nasceu (2 1:5), ele devia estar com 160 anos por ocasião do nascimento de Esaú e Jacó (25:26), os quais, portanto, estavam com 15 anos quando morreu o avô. A morte de Ismael, com a idade de 137 anos (v. 17), ocorreu muito mais tarde, quando Jacó e Esaú estavam com 63 anos de idade . Ismael era 14 anos mais velho que !saque (16:16) e, portanto, es tava com 74 anos quando nasceram os dois filhos de Isaque. Mesmo estando cronologicamente fora de lugar, a nova seção ocupa um lugar lógico na narrativa porque é propósito de Moisés apresentar a história de Esaú e Jacó sem interrupções". (CBASD, v. 1, p. 377)

V. 21

"Isaque orou ao SENHOR. Como seu pai, !saque aprenderia que os filhos da promessa não seriam simplesmente fruto da operação da natureza, mas também seriam, evidentemente, um dom da graça. Quando Isaque e Rebeca já eram casados havia 19 anos (v. 20, 26) e ainda continuavam sem filhos, Isaque fez do assunto objeto de oração. Ele escolheu confiar nas misericórdias de Deus em vez de confiar em seus próprios estratagemas, como Abraão havia feito (Gn 16:3). Sua confiança em Deus não foi exercida em vão, e ele também não teve de esperar muito tempo antes que sua fé se transformasse em realidade". (CBASD, v. 1, p. 377)

V. 23

"Duas nações. Um anjo revelou a Rebeca um pouco do futuro dos dois filhos que nasceriam (PP, 177). Parece que já estavam lutando pela supremacia. A predição do anjo se cumpriu na história posterior dos descendentes de Esaú e de Jacó, edomitas e israelitas, respectivamente. Essas duas nações irmãs sempre foram inimigas, e Israel geralmente se demonstrava a mais forte. Davi subjugou os edomitas (2Sm 8:14; 1Rs 11:16), e o rei Amazias mais tarde os derrotou (2Rs 14:7; 2Cr 25:11, 12). O rei hasmoneu João H ire ano I finalmente pôs fim à independência deles no ano 126 a.C., quando os forçou a aceitar o rito da circuncisão e a lei de Moisés e a submeter-se a um governante judeu. O conhecimento que Deus tinha do caráter, respectivamente, de Esaú e de Jacó, bem como Sua presciência do futuro de cada um deles, tornaram possível Sua escolha de Jacó como o herdeiro do direito de primogenitura e como o progenitor de Cristo, mesmo antes do nascimento dos bebês (Rm 8:29; 9: 10-13). (CBASD, v. 1, p. 378)

V. 25

"O excessivo crescimento dos cabelos de Esaú, conhecido na medicina como hipertricose, que já podia ser notado por ocasião de seu nascimento, tornou-se posteriormente a característica mais significativa de sua aparência física". (CBASD, v. 1, p. 378)

V. 27

"Esaú saiu perito caçador. À medida que os dois meninos cresciam, tornava-se evidente uma grande diferença de caráter. Esaú mostrava uma disposição rude, caprichosa e se divertia com a vida selvagem e aventureira do campo e das matas (ver Gn 27:3)". (CBASD, v. 1, p. 378)

"Jacó, porém, homem pacato. A palavra heb. tam, aqui traduzida como "pacato", sugere uma personalidade amigável, piedosa e polida. Os deveres e responsabilidades da tranquila vida familiar, que eram tão monótonos e irritantes para Esaú, eram naturais para Jacó, "homem pacato, [que] habitava em tendas". Enquanto Esaú nunca superou a inquietude física e emocional próprias da adolescência, Jacó desenvolveu a estabilidade de caráter e a sensatez que acompanham a maturidade". (CBASD, v. 1, p. 378)

V. 30

"Que me deixes comer. O verbo traduzido por "comer" ocorre apenas nesta passagem e significa "comer com gula" ou "devorar". (CBASD, v. 1, p. 379)

"Os edomitas são mencionados mais frequentemente que os israelitas em inscrições egípcias e assírias. Em egípcio, o nome Edom aparece como Idwm e em textos cuneiformes
como Udúmu". (CBASD, v. 1, p. 379)

V. 31

"A proposta de Jacó foi inescrupulosa e desprezível. Revelou também espírito de impaciência, falta de confiança na providência soberana de Deus, semelhante à que foi manifesta por Abraão no casamento com Agar (Gn 16:3). As condições de venda impostas por Jacó eram exorbitantes, egoístas e indignas. A teoria de que os fins justificam os meios não tem a aprovação do Céu (ver Mt 4:3, 4; OTN, 121, 122). Deus não podia aprovar o ato, mas o usou para o eventual cumprimento de Seu propósito". (CBASD, v. 1, p. 379)

V. 32

"A ponto de morrer. Esta tradução deixa a impressão de que Esaú queria dizer: "Morrerei de fome se não obter comida imediatamente. Nesse caso, meu direito de primogenitura não me será de nenhum proveito. Portanto, me é melhor obter comida e continuar vivendo sem o direito de primogenitura do que morrer agora de posse dele." Muitos comentaristas têm seguido essa linha de raciocínio. Outra explicação sugere que a expressão significa: "Mais cedo ou mais tarde vou morrer, de qualquer forma, e então não importará se possuo o direito de primogenitura ou não." A última interpretação parece mais plausível à luz das palavras do v. 34, de que ele "desprezou [ ... ] o seu direito de
primogenitura". Sendo indiferente às bênçãos que deviam ser suas, Esaú as considerou levianamente e, portanto, tornou-se indigno delas (PP, 181)". (CBASD, v. 1, p. 379)

V. 34

"Desprezou Esaú o seu direito de primogenitura. Para Esaú, a única coisa de valor era a satisfação momentânea do apetite; as futuras bênçãos espirituais pareciam remotas e irreais. Nisso ele se demonstrou um "profano", isto é, irreligioso (Hb 12: 16), insensível às coisas espirituais. Não se importava com nada,
exceto a gratificação de seus desejos sensoriais. Como os animais irracionais, ele baseou suas decisões apenas em considerações sensoriais do momento. A extensão em que uma pessoa se dispõe a sacrificar os desejos presentes pelo bem futuro é uma medida adequada de sua maturidade
emocional e espiritual. Nessa base, apenas o cristão pode se tornar plenamente maduro, pois somente ele es tá pronto e disposto a abandonar tudo o que esta vida tem a oferecer para que possa ser considerado digno da vida por vir (ver 2Co 4:17, 18; Fp 3:7-15 ; At 20:24; Lc 20:34, 35; Hb 11:10). A maneira trivial com que Esaú vendeu seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas demonstrou sua inadequação para se tornar herdeiro das graciosas promessas
de Deus. Embora a conduta de Jacó não possa ser aprovada, a de Esaú merece a mais severa condenação. Jacó se arrependeu e foi perdoado; Esaú estava além do perdão porque seu arrependimento consistiu apenas de tristeza pelos resultados do ato precipitado e não pelo ato em si (Hb 12:16, 17; PP, 181)". (CBASD, v. 1, p. 380)