Aqui Moisés repete as instruções acerca das leis alimentares e do que está envolvido na fidelidade dos dízimos.
V. 21
Curiosidade: "No leite da sua própria mãe. Era um costume cerimonial dos cananeus, e por isso foi proibido. Além disso era uma violência à compaixão, para se satisfazer a gulodice". (Shedd)
V. 22
Curiosidade: "Em geral, se considera que o dízimo mencionado neste versículo é o segundo dízimo, que devia ser despendido como um banquete sagrado perante o Senhor, no tabernáculo. Em Deuteronômio 14:28 e 26:12-15, esse segundo dízimo também é mencionado. Esse dízimo era diferente do primeiro, que era dedicado exclusivamente à manutenção dos sacerdotes e levitas (Nm 18:21 , 26)". (CBASD, v.1, p. 1100)
V. 23
"Aprendas a temer. O cumprimento consciente desses requisitos divinos impressionaria o adorador com o temor do Senhor e encorajaria constante comunhão com Ele. "Eis que o temor do SENHOR é a sabedoria" (Jó 28:28). "E me prostrarei diante do Teu santo templo, no Teu temor" (SI 5:7 ). "O temor do SENHOR consiste em aborrecer o mal" (Pv 8:13). "O temor do SENHOR é fonte de vida" (Pv 14:27). "O temor do SENHOR é a instrução da sabedoria" (Pv 15:33). "O temor do SENHOR conduz à vida" (Pv 19:23)". (CBASD, v.1, p. 1100)
V. 26
"Bebida forte. O "vinho" e a "bebida forte" mencionados nestes versículos eram fermentados. No passado, muitas vezes Deus relevou a ignorância que motivava práticas que Ele não aprova. Mas, finalmente chega a hora quando Deus "notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam"
(At 17:30). Então, os que persistem no erro, a despeito de conselhos e advertências, não mais "têm desculpa do seu pecado" (Jo 15:22). Antes disso, não tinham pecado e Deus não os considerava responsáveis mesmo que suas ações estivessem longe de ser ideais. Sua longanimidade se estende a todos mesmo os que "não sabem o que fazem" (Lc 23:34). Como Paulo, que perseguiu a igreja "na ignorância, na incredulidade", eles podem obter misericórdia (ITm 1:13).
Deus tolerou que os israelitas tivessem escravos, mas os protegia contra injustiças (Êx 21:16, 20). Mesmo na igreja cristã, a escravidão não foi abolida de imediato, mas os senhores eram instruídos a tratar bem seus escravos (Ef 6:9; Cl 4:1).
Do mesmo modo, Deus nunca aprovou o divórcio e a poligamia. "Não foi assim desde o princípio" (Mt 19:8). Deus, porém, tolerou isso por certo tempo e deu instruções designadas a salvaguardar os direitos das mulheres, para diminuir o sofrimento que resultava dessas práticas e proteger o casamento de abusos maiores (Êx 21:7-11 ; Dt 21:10-17). Se, por um lado, Deus não proibiu Abraão de ter uma segunda esposa, Agar, por outro, Ele não o protegeu dos males que resultaram dessa ação.
Por intermédio de Moisés, Deus promulgou leis destinadas, não a abolir diretamente a poligamia, mas a desencorajá-la (Lv 18:18; Dt 17:17), a restringir o divórcio (Dt 22:19, 29; 24:1) e a elevar a norma da vida matrimonial (Êx 20:14, 17; Lv 20:10; Dt 22:22). Cristo deixou claro que as disposições do AT acerca da poligamia e do divórcio não eram ideais, mas sim uma solução temporária tolerada por Deus "por causa da dureza do vosso coração" (Mt 19:4-8). Cristo afirmou que o ideal de um lar cristão (Mt 19:9) sempre foi a monogamia (Mt 19:4-6; 1Tm 3:2; Tt 1:6). O cristão não deve ter dúvidas quanto à vontade de Deus nessas questões, e, portanto, não tem nem a limitada desculpa da
época do AT.
O mesmo pode ser dito sobre o vinho e a bebida forte. Nenhum era estritamente proibido, exceto para quem desempenhava tarefas religiosas e também para os que se ocupavam na administração da justiça (Lv 10:9; Pv 31:4, 5). O mau do "vinho" e da "bebida forte" foi claramente assinalado, e o povo foi aconselhado a se abster dessas bebidas (Pv 20:1; 23:29-33). Uma maldição foi pronunciada sobre os que incitassem outros a beber (H c 2: 15). Paulo afirma: "Quer comais, quer bebais, fazei tudo para a glória de Deus" (ICo 10:31); ele adverte que Deus destruirá os que destroem o corpo (ICo 3:16, 17). As bebidas embriagantes "destroem o santuário de Deus" e seu uso não pode ser considerado um meio de glorificar a Deus (1 Co 6:19, 20; 10:31). Paulo abandonou o uso de tudo o que era prejudicial ao corpo (I Co 9:27). Não há desculpa para o argumento de que não há nada de errado em usar bebida alcoólica, alegando-se que Deus uma vez permitiu isso. Como observado, Ele também permitiu práticas como a escravidão e a poligamia. A Bíblia adverte que os "bêbados" não "herdarão o reino de Deus" (I Co 6:10).
Conclusão
Eis as grandes bênçãos desfrutadas pelo povo de Deus:
a. Adoção (v. 1)
b. Santificação (v.2)
c. Eleição (v. 2)
Em que reside o propósito dos dízimos e das ofertas
a. Reconhecimento de que Deus é o Doador (v. 23)
b. Garantir o sustento do trabalho ministerial (v. 27)
c. Prover alívio das necessidades de outros (v. 29)
Reynan Matos
Teólogo